Respeite a arte! Ao reproduzir em outros lugares a obra de algum artista, cite o autor. Todas as poesias aqui presentes foram escritas por Mao Punk.

Visite também meu blog de textos: RESQUÍCIOS DEPRESSIVOS, SUJOS E NOJENTOS .
Textos que expõem a fragilidade e indecência humanas de forma irônica, metafórica e sem embelezamentos.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

UM VIOLÃO IMAGINÁRIO

Não há concerto.
Flores são belas apenas para mim,
Versos meus guardados no caderno,
Não há tristeza, tampouco algo feliz.
Quão mais busca-se novos risos
Mais tarda-se rir do vão agora
Que agora deveria ser vivido,
Mas deixamos isso ao amanhã.
E amanhã é sempre a mesma coisa,
Continuamos buscando risos.
Então foda-se!

O planeta ainda gira,
As folhas caem, tudo igual.
Passam-se estações,
Vivem-se emoções,
Tudo em vão.
Por que não viver, apenas?
É pena? Talvez.
Mas nesta condição
Não há p’r’onde correr
Nem o que fazer.
Então foda-se!

Choro e rio sem motivos
Ou por tolos motivos
Ou por motivos
Que aparecem sem motivos.
Nada faz sentido
E o que é sentido
Não se sente contente
E, normalmente,
Se contente, dura pouco.
Qual é a lógica?
Então foda-se!

Meus passos ainda duram
Sobre a dura vida
Que dura enquanto penso
Que não sei o que penso
Enquanto escrevo.
São escrituras
Que dizem sobre mim,
Mas não sei, enfim,
O que dizem, de fato,
Quando mesmo eu não entendo.
Então foda-se!

Isso porque
A vida é assim.
Deixo a poesia
Acontecer por si,
Vivo e apenas isso.
Simplesmente sem sentido,
Simplesmente sem nexo,
Simplesmente inútil,
Simplesmente fútil.
Não há concerto.
Simplesmente foda-se!

Eis uma canção
P’ra se tocar num violão.
Doces acordes de foda-se
Da imaginação.
Eis uma canção
P’ra se tocar no violão.
Com ou sem cordas,
Desafinando ou não.


By: MaO

Nenhum comentário:

Postar um comentário