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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

O CÉU DE ANAÏS

Pouco antes do cinza vieram cores,
Pouco antes de perder o céu de vista.
Neste instante raro a qualquer dia
Estes olhos meus miravam dores.

Infeliz de mim, deixei p’ra trás
Tal relíquia feita pelo tempo,
Pois focava o descontentamento
Quando olhando acima havia paz.

Quem o céu olhou, tendo a pureza
De sentir n’olhar o que ocorria,
Levará p’ra sempre essa lembrança

De achar a paz na natureza,
Dando alívio à dor qu’então sentia
E, quiçá, focando a esperança.

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