Respeite a arte! Ao reproduzir em outros lugares a obra de algum artista, cite o autor. Todas as poesias aqui presentes foram escritas por Mao Punk.

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Textos que expõem a fragilidade e indecência humanas de forma irônica, metafórica e sem embelezamentos.

sábado, 20 de fevereiro de 2016

CARTÃO POSTAL

O tempo passa, quase nada fica,
As pessoas ainda se esbarram
Para o desencontro de amanhã.
Tudo ainda fede nas ruas do centro
E a Sé só é bonita no cartão postal.
Se existisse outra sorte,
Talvez ninguém soubesse lidar.
Talvez essa sorte exista
E ninguém nunca soube.

Nenhum trevo de quatro folhas enfeitou meu berço,
Nem sequer meu jardim,
Nem sequer soube a vida que há trevos.
Atrevo-me a saber que não há.
E, no entanto,

As pessoas ainda se esbarram
Para o desencontro de amanhã.
Felizes demais para notarem que são tristes.
Felizes com as migalhas que dividem
Com os pombos famintos da Praça da Sé.
Há muito mais verdade nos pombos.