Respeite a arte! Ao reproduzir em outros lugares a obra de algum artista, cite o autor. Todas as poesias aqui presentes foram escritas por Mao Punk.

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Textos que expõem a fragilidade e indecência humanas de forma irônica, metafórica e sem embelezamentos.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

O GRITO DE LIBERTAÇÃO QUE NÃO FOI DADO

Sou o recado
Do grito calado
Nos lábios cerrados.
Sou emoldurado
Na fauna da alma,
Sem calma, no trauma,
Com feras famintas
Olhando meu quadro
Em meu interior.
Um quadro parado
Pintado de horror
Cheirando carniça,
Serei a comida
Das feras contidas
Na alma em ardor.

Estou na mordaça,
Não importa o que faça,
Se há a desgraça
Não existe farsa
Que negue o que sou,
Já que, quando estou,
Eu viro tumulto,
Espalho fumaça
Que torna cinzento
O rubro do peito
Clamando respeito,
Tornando-me vulto
Que parte de um surto.
Sou grito e insulto
Querendo ser posto no exterior.

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