Respeite a arte! Ao reproduzir em outros lugares a obra de algum artista, cite o autor. Todas as poesias aqui presentes foram escritas por Mao Punk.

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Textos que expõem a fragilidade e indecência humanas de forma irônica, metafórica e sem embelezamentos.

domingo, 27 de março de 2011

MINHA VIDA

Minha vida?
Minha vida é tão bela
Que tem gente
Que quer cuidar dela.

quarta-feira, 23 de março de 2011

MOÇAS EM MINHA CAMA

Deixem-me dormir, moças, por favor!
Qualquer outra hora irei lhes atender.
Deixem essa cama e o cobertor
Para que meu sono possa acontecer.

Façam o silêncio mais absoluto.
Não quero ouvir nenhum tum-tum-tum.
Quero desmaiar em um sono profundo,
Ter esse direito agora e mais nenhum.

Moças, eu imploro a vossa compaixão.
Não quero tumulto dentro do meu quarto.
Quando o Sol raiar por essa escuridão
Darei atenção melhor a qualquer fato.

Pois já é bastante ter a luz do dia
Para me perder por entre seus encantos.
Ainda por cima roubam a poesia!
Fiquem co'estes versos, deixem-me num canto!

segunda-feira, 21 de março de 2011

TROVEJANDO VERSOS

A tudo que existe há poesia.
Que ruim seria se não fosse assim!
A trova breve que surge no dia
Será uma ode quando for meu fim.

quarta-feira, 16 de março de 2011

DO BARRO À CRIAÇÃO

Eu sentado no vaso,
Caderno e caneta do lado...
Surgiu um poema cagado!

terça-feira, 15 de março de 2011

APENAS UM DESABAFO SAUDOSO À MINHA AMÁVEL IRMÃ LAURA

Querida irmã, é com saudade que lhe escrevo.
Há tempos não falamos coisas confidenciais.
Recordo, com carinho, nosso último abraço
E aquela sensação que não esquecerei jamais.

Recordas, irmã querida, nossas tardes de conversa?
E quando me acalmaste quando o coração partiu?
Acaso tu não lembres, não faz mal, pois eu garanto
Que nada apagará aquela paz que se sentiu.

Eu lembro quando tudo o que mais me animava
Era saber que estavas a cuidar de teu irmão,
Fosse com a paciência de escutar minhas palavras
Ou mesmo no encanto de prestar tua atenção.

Mas hoje, linda irmã, sabe-se que o tempo é outro.
Já não mais nos falamos. Tanta vida aconteceu...
E em noites como esta, em que me sinto mais sensível,
A tua falta dói, reclama um abraço o irmão teu.

Contudo, cara Laura, estarei sempre contigo
E mesmo se esqueceres, lembrarei sempre de ti.
Sou grato pelos anos em que estiveste em minha vida
E com amor, p'ra sempre, estarás presente em mim.

Perdão pela falta de harmonia em minhas linhas,
Mas a saudade é tanta que não pude nem pensar!
Acaso me perguntem se isso é uma poesia,
Responderei que não. É só um peito a soluçar.

segunda-feira, 14 de março de 2011

SONETO PARA SÁBADO

Com que exatidão escrever versos,
Transparecer o meu contentamento?
Como mostrar-me grato a este tempo?
Que gratidão mostrar qu'esteja perto

De ser servil àquilo que eu sinto
Sem festejar, mas sem faltar o preito?
Como ofertar poema a este momento?
Como fazer do verso seu recinto?

Eu temo, observando esta ventura,
Que tais palavras percam a compostura
E não espelhem o fato como almejo.

Por sorte que meus dias me ofertaram,
Se os versos tal viver não retrataram,
Deixo as palavras, lembrarei teu beijo.

sexta-feira, 11 de março de 2011

COLO

Que teus jovens lábios sejam novo abrigo
P'ra meus velhos lábios secos pelo tempo,
Seja o teu pequeno corpo meu alento,
Faze de meu corpo inteiro teu amigo.

Traze mocidade, a tua, florescendo.
Em mim desabrocha tua descoberta,
Deixa tua flor, garota, bem aberta!
Quero o teu pólen por mim escorrendo.

Serás um jardim regado a mil delícias,
Eu teu beija-flor a conceder carícias.
Tua juventude a renovar meu dia!

Serás meu pecado e minha redenção,
Minha plenitude e condenação,
Culpa memorável em minha poesia!

quinta-feira, 10 de março de 2011

POESIA DO COLAPSO

O mundo é pequeno e por isso está acabando.
E não falo, veja bem, em espaço.
Falo do tamanho de sua significância.
O mundo é pequeno!
Não adianta me falar do verde,
Pois o que é o verde se não produto?
É produto, sim! Todos o consomem!
Assim como os animais e todo o resto.
E de tanto consumirmos há de se findar.
Há de se findar esse pequeno mundo!

O mundo é pequeno! Ervilha,
Naftalina mijada, cocô de rato!
E por isso está acabando. Amém!
É humano este mundo, é pequeno.
É pequeno este humano, é imundo.
É o mundo pequeno, é humano.
É a língua da cobra, é veneno.
É veneno do humano, é o mundo!
É pequeno o veneno que mata,
Do tamanho de algumas cabeças.

O mundo é bem pequeno. Acaba.
Dê graças aos deuses e aos homens,
Dê graças às putas e aos filhos,
Dê graças aos santos fingidos,
Dê graças às leis e à ordem,
Dê graças à boa vontade
E à má vontade. Um brinde!
Dê graças ao mundo que acaba
E aos versos que exaltam o momento!
Acabe, mundo pequeno!

Enquanto o mundo acaba
Permito-me repousar, mas veja:
Não pense em me culpar!
Não há o que fazer para reverter
A não ser criar, criar e criar.
Portanto, se o mundo se finda,
O que ofereço é quase solução.
Meu repouso é a poesia:
Fim de qualquer agonia,
Início da criação!

sexta-feira, 4 de março de 2011

POR MAIS QUE DIGAM, BEATRIZ...

Corro aqui o risco de aparentar insolidez,
Poeta que apresenta quase nula inspiração.
Diriam que, ao versar, escapa-me a inovação,
Que minha poesia enfim perdera a validez.

Compreendo tal injúria, mas permito-me explicar:
Repito este tema, que julgam como mesmice,
Por ser inspiração. Acaso não a assumisse
Então não haveria poesia a contemplar,

Pois tais olhos castanhos já inovam qualquer cena!
Não digam que estes olhos me anulam o poema
Quando esta cor castanha ilumina qualquer breu!

Portanto, se pensarem que estou sendo redundante
Replico à tua beleza, a este olhar de diamante,
Que maior redundância é ter dois olhos como os teus.

quinta-feira, 3 de março de 2011

ENGARRAFAMENTO

Momento de tensão.
O trânsito para,
A poesia não.