Respeite a arte! Ao reproduzir em outros lugares a obra de algum artista, cite o autor. Todas as poesias aqui presentes foram escritas por Mao Punk.

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Textos que expõem a fragilidade e indecência humanas de forma irônica, metafórica e sem embelezamentos.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

SONETO PARA MORRER DE DORES

Torno a escrever meu verso entristecido.
Tudo me afeta violentamente!
Qualquer riso meu sumira de repente,
Meu contentamento desaparecido.

Falsa ilusão de que das mãos escapa
Minha alegria e autoconfiança
Quando, na verdade, nunca a segurança
Esteve guardada nestas mãos atadas.

Em cada segundo sinto desventura,
Vejo em cada canto um tanto de amargura,
Sinto em cada parte minha alguma morte.

Ah! Se falecer se faz assim preciso,
Cada dor que trago, com as quais convivo,
Há de alguma hora ser a minha sorte.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

POSSIBILIDADES

Preciso de poesia,
Preciso sumir,
Preciso de asas!
Qualquer grama minha,
Qualquer céu distante,
Qualquer nada disso.
Quero aquilo ali,
Quero coisa alguma,
Quero não ser isso.
Ser o que se for,
Ir como se vai,
Vou como não sei...
Deem-me versos novos,
Deem-me companhias,
Deem-me solidão.
Deixem-me morrendo
Dessa vida escrava
Pra viver feliz.
Haja equilíbrio
E haja tudo aquilo
Que nunca terei.
O que é belo morre,
Nada se resolve
Se não for morrer...

domingo, 24 de julho de 2011

VINTE E TRÊS DE JULHO

Ah, fome tinha! O que me restava?
Qualquer confusão se fazia presente.
Nada alimentava meu dia, somente
Sentia a incerteza que me acompanhava.

Ah, fome tinha! Fazia algum tempo
Que o alimento me havia faltado.
O que consegui, em um breve passado,
Não me saciava por este momento.

Ah, fome tinha! Poética fome
Que em mim se fizera, que quase não some,
A fome de um beijo, algo que esperei.

Ah, fome tinha! Minha boca vazia
Encheu-se de gosto em tua companhia
E por tua boca eu me alimentei!

quinta-feira, 21 de julho de 2011

MAIS JANEIROS

Ah! Se existissem mais janeiros
Nesses meses tão alheios,
Se existissem mais sorrisos,
Nesses lábios mais vermelho,
Nessas mãos houvesse flores,
Pela estrada mais canteiros,
Nesses cantos mais anseios,
Nos anseios mais caminhos,
Nos caminhos mais janeiros...

segunda-feira, 11 de julho de 2011

SONETO EM FORMA DE BUQUÊ

Daria mais mil flores, fosse necessário, 
Mais mil bem-quereres, mais mil cores vivas,
Todos os jardins do mundo te traria 
Para ter um riso teu tão desejado. 

Não me cabe em mãos este buquê que trago, 
Talvez este vasto mundo não suporte 
Esta primavera de esperança e sorte 
Que te ofereço p'ra te ser afago. 

Neste encontro vivo de fragrâncias frescas 
És dona da flora, a própria natureza 
Que tão belamente a mim se apresenta, 

Pois de tua boca nascem mil florestas 
Que floreiam o peito deste teu poeta: 
De tua existência o verso se alimenta!

quinta-feira, 7 de julho de 2011

TRÊS SAUDADES QUE CARREGO

Logo o dia acorda, sinto pelo vento,
Numa utopia que me atinge a alma,
Cinzas d'uma flor que já trouxera calma,
Hoje só memórias de longínquo tempo.

Quando anoitece, o céu, em seu lamento
Ou quiçá sorrindo, desprezando traumas,
Mostra mil estrelas, brilho que se espalma,
Marca em minha mente sombras d'um tormento.

Eis que em meu recanto, abrigo ou relento,
Minha poesia, riso e sofrimento,
Surge nesta hora, ela que me acalma!

Toca-me o peito. Em novo movimento
Escrevo outro pesar, mais outro desalento.
Oh! Quanta saudade cabe numa alma?