Passam anos, vê, são outras cores,
Outras tantas dores já vividas!
Tantas outras poesias lidas,
Tantos fins doutros tantos amores.
Passam anos, vê, meses inteiros,
Estações passaram, não retornam.
Emoções de dias que se foram
E em mim um eterno janeiro!
E ao passar, assim, a vida breve,
Meu desejo é que o tempo leve
Tudo aquilo que puder levar.
Mas há algo que não passa, segue,
E findar o tempo não consegue.
Nossos lábios voltam a se tocar.
Por Mao Punk: Decidi divulgar poesias minhas por email para alguns amigos. Uma amiga, LOah, criou esse blog com tais poesias e me permitiu editá-lo. VALEU,LOAH! Você me ajudou a expandir a expressão! Eis poesias que escrevi entre 2006 aos dias de hoje. Estão fora de cronologia,mas a expressão é livre para isso! Mais uma vez, valeu, LOah! E obrigado a todxs que leem o blog! Sem vocês a expressão ficaria limitada! PAZ E ANARQUIA!
Respeite a arte! Ao reproduzir em outros lugares a obra de algum artista, cite o autor. Todas as poesias aqui presentes foram escritas por Mao Punk.
Visite também meu blog de textos: RESQUÍCIOS DEPRESSIVOS, SUJOS E NOJENTOS .
Textos que expõem a fragilidade e indecência humanas de forma irônica, metafórica e sem embelezamentos.
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
domingo, 25 de dezembro de 2011
VERSOS SIMPLES PARA CRIMES COMETIDOS
Teus olhos culpados
Atentaram
Contra os meus.
Meus lábios,
Larápios,
Roubaram os teus.
Assim,
Criminosos,
Aconselharei:
Matemos desejos
Em beijos
Sem lei.
Atentaram
Contra os meus.
Meus lábios,
Larápios,
Roubaram os teus.
Assim,
Criminosos,
Aconselharei:
Matemos desejos
Em beijos
Sem lei.
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
VERSOS PARA DESPEDIDA
Preciso de um soneto que me surja vivo,
Um riso, um qualquer quê a me beijar o rosto,
Um doce, um acre, um misto que me seja gosto
De algo que me falta e que se faz esquivo.
Preciso que o poema aqui se manifeste
E grite! E silencie o vão que deixa mudo
E vista de mil cores o que está desnudo
E possa me despir da angústia que me veste.
Preciso que a espontânea vida em que me vejo
Conceda em cada tempo o tanto de ensejo
Que se faz necessário para a alegria.
Preciso respirar os versos que escrevo
E quando acabar meu ar, eis meu desejo:
Poder partir em paz, morrer de poesia.
Um riso, um qualquer quê a me beijar o rosto,
Um doce, um acre, um misto que me seja gosto
De algo que me falta e que se faz esquivo.
Preciso que o poema aqui se manifeste
E grite! E silencie o vão que deixa mudo
E vista de mil cores o que está desnudo
E possa me despir da angústia que me veste.
Preciso que a espontânea vida em que me vejo
Conceda em cada tempo o tanto de ensejo
Que se faz necessário para a alegria.
Preciso respirar os versos que escrevo
E quando acabar meu ar, eis meu desejo:
Poder partir em paz, morrer de poesia.
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
DO VERSO
Queria escrever um verso,
Como se o verso
Fosse assim criado.
No entanto sabe o bom poeta
Que quem faz o verso
Nem mesmo é letrado.
O verso que a gente conhece,
Quando aparece,
Não vem do poeta,
Mas sim da vida arteira
Escrevendo torto
Sobre linha reta.
Como se o verso
Fosse assim criado.
No entanto sabe o bom poeta
Que quem faz o verso
Nem mesmo é letrado.
O verso que a gente conhece,
Quando aparece,
Não vem do poeta,
Mas sim da vida arteira
Escrevendo torto
Sobre linha reta.
sábado, 17 de dezembro de 2011
SONETO EXAGERADO
Todo este azul que vem do firmamento
Acinzentou? E o Sol? Nem mesmo a Lua
Que quando nova mostra-se obscura
Faz breu maior que o Sol que agora enfrento.
E sobre as cores? Foram-se com o vento?
As flores deste agora estão impuras
A carregar um tanto de tortura!
Ou meu olhar que anda em desalento?
Então me afogo em tanto contratempo
Sem suportar o vão deste lamento,
Sem entender razão que me amargura.
É quando noto que meu pensamento
De te perder de vista um só momento
Me faz entregue a esta desventura.
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
POEMA DE DOIS SEGUNDOS
Logo passa,
Como tudo passa.
E passou
Por dois segundos...
U...
Carros fecham o trânsito, dezenas de nuvens passeiam imperceptíveis,
O Sol se destaca, alguém está satisfeito por qualquer bobagem,
Não havia reparado como um segundo dura tanto!
O sorvete derrete na mão da criança. “Mãe! Pai! Outro!”, pensa (asas)...
...M,
Crianças trabalham na China, morrem cem pessoas em um desastre,
A cada fração de segundo algo surpreendente acontece no mundo,
Algumas dezenas de árvores – ainda que em pouca quantidade –
Germinam, florescem! Há mil litros de pranto e mil quilos de risos (asas)...
D...
Uma pessoa dorme em uma cama macia e forrada,
O viaduto de lá parece um hotel, há quem dormiu para sempre,
De um lado da Terra, no alto, há constelações,
Em algum canto chove no final da tarde. Alguém dança (asas)...
...O...
Pessoas desistem da vida, outras pensam em desistir,
Muitas desistem da ideia, poucos sabem realmente viver.
Talvez porque se desaprenda quando se completa doze anos.
Mas agora é novo ano! Novos aprendizes nascem (asas)...
...I...
Milhões de corações pulsam em fúria, insaciáveis,
Nada pode os pa...ram corações. Silêncio...
... Folia em uma rua interditada, folia em um motel,
Acalanto em um recanto distante de lá e daqui (asas)...
...S!
Logo passa,
Como tudo passa.
E passou.
Um pardal me fez sorrir.
T...
Como tudo passa.
E passou
Por dois segundos...
U...
Carros fecham o trânsito, dezenas de nuvens passeiam imperceptíveis,
O Sol se destaca, alguém está satisfeito por qualquer bobagem,
Não havia reparado como um segundo dura tanto!
O sorvete derrete na mão da criança. “Mãe! Pai! Outro!”, pensa (asas)...
...M,
Crianças trabalham na China, morrem cem pessoas em um desastre,
A cada fração de segundo algo surpreendente acontece no mundo,
Algumas dezenas de árvores – ainda que em pouca quantidade –
Germinam, florescem! Há mil litros de pranto e mil quilos de risos (asas)...
D...
Uma pessoa dorme em uma cama macia e forrada,
O viaduto de lá parece um hotel, há quem dormiu para sempre,
De um lado da Terra, no alto, há constelações,
Em algum canto chove no final da tarde. Alguém dança (asas)...
...O...
Pessoas desistem da vida, outras pensam em desistir,
Muitas desistem da ideia, poucos sabem realmente viver.
Talvez porque se desaprenda quando se completa doze anos.
Mas agora é novo ano! Novos aprendizes nascem (asas)...
...I...
Milhões de corações pulsam em fúria, insaciáveis,
Nada pode os pa...ram corações. Silêncio...
... Folia em uma rua interditada, folia em um motel,
Acalanto em um recanto distante de lá e daqui (asas)...
...S!
Logo passa,
Como tudo passa.
E passou.
Um pardal me fez sorrir.
T...
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
Olá,leitorxs! Mais uma vez quero compartilhar um novo sorriso com vocês!
Há tempos atrás participei do concurso de poesias para o Prêmio FEUC de Literatura 2011, organizado pela Fundação Educacional Unificada Campograndense.
Para minha surpresa fiquei em 3º lugar na categoria Âmbito Nacional!
A poesia contemplada foi a seguinte:
MEU SONETO AGRADECIDO
Mais uma vez, agradeço a quem ajuda minha expressão se expandir através dos olhos!
Beijos para tod@s!
Há tempos atrás participei do concurso de poesias para o Prêmio FEUC de Literatura 2011, organizado pela Fundação Educacional Unificada Campograndense.
Para minha surpresa fiquei em 3º lugar na categoria Âmbito Nacional!
A poesia contemplada foi a seguinte:
MEU SONETO AGRADECIDO
Mais uma vez, agradeço a quem ajuda minha expressão se expandir através dos olhos!
Beijos para tod@s!
domingo, 4 de dezembro de 2011
sábado, 19 de novembro de 2011
terça-feira, 8 de novembro de 2011
SONETO MESQUINHO
Vejo que este meu anseio é pouco ou muito
Quando muito me toca este pouco anseio,
Feito pouco caso que se faz em meio
De quem muito busca inspiração no mundo.
Quanto mais teus olhos, pouco a pouco, miram
Muito mais meus olhos buscam o teu brilho.
Mais teu brilho atrai, pouco renuncio
De entregar-me mais aos olhos que fascinam.
Mas é muito pouco o que de ti preciso.
Pouco ou quase nada do que necessito
Poderá em ti achar algum amparo.
Pois se minha boca encontrar a tua
Perco este mistério que se perpetua
Neste teu distante olhar de afago raro.
Quando muito me toca este pouco anseio,
Feito pouco caso que se faz em meio
De quem muito busca inspiração no mundo.
Quanto mais teus olhos, pouco a pouco, miram
Muito mais meus olhos buscam o teu brilho.
Mais teu brilho atrai, pouco renuncio
De entregar-me mais aos olhos que fascinam.
Mas é muito pouco o que de ti preciso.
Pouco ou quase nada do que necessito
Poderá em ti achar algum amparo.
Pois se minha boca encontrar a tua
Perco este mistério que se perpetua
Neste teu distante olhar de afago raro.
domingo, 6 de novembro de 2011
LUTO RABISCADO
Não há para o poeta algo mais denso
Que suportar o peso do vazio.
Cem ferros houvesse - mais cem, mais mil - !
Seriam plumas entre o vão intenso
A agraciar este meu espaço vago,
A dar qualquer resquício de poesia.
Mas não há ferro algum que poderia
Pesar tão mais que este vazio que trago.
Pois perco tudo, o tempo, até a vida,
A lamentar o vão que me castiga,
A arriscar versar. Aqui confesso
Que aos poucos, dia a dia, inevitável,
Encontro-me em estado lastimável,
Enterro a poesia com meus versos.
Que suportar o peso do vazio.
Cem ferros houvesse - mais cem, mais mil - !
Seriam plumas entre o vão intenso
A agraciar este meu espaço vago,
A dar qualquer resquício de poesia.
Mas não há ferro algum que poderia
Pesar tão mais que este vazio que trago.
Pois perco tudo, o tempo, até a vida,
A lamentar o vão que me castiga,
A arriscar versar. Aqui confesso
Que aos poucos, dia a dia, inevitável,
Encontro-me em estado lastimável,
Enterro a poesia com meus versos.
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
DANÇA MUNDANA
Por sermos mundanos
Nos damos em danos.
Andamos...
Em enganos nos damos
as mãos.
Dançamos!
Nos damos em danos.
Andamos...
Em enganos nos damos
as mãos.
Dançamos!
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
O TANTO
Qualquer métrica que se aplica,
Toda rima que se desenvolva,
Cada verso que por fim resolva
Adornar a arte, seja dita
A verdade que não cabe em verso:
Tudo isso vem a ser pretexto
Para ocultar o meu tamanho apreço,
Para proteger o que não lhe confesso.
Esta poesia tão incompreendida,
Minha expressão ainda escondida,
Faz doer o peito, faz rolar o pranto.
Nenhum verso é palavra dita.
A expressão, que triste, se limita
A dizer "te adoro tanto!". Tanto...
Toda rima que se desenvolva,
Cada verso que por fim resolva
Adornar a arte, seja dita
A verdade que não cabe em verso:
Tudo isso vem a ser pretexto
Para ocultar o meu tamanho apreço,
Para proteger o que não lhe confesso.
Esta poesia tão incompreendida,
Minha expressão ainda escondida,
Faz doer o peito, faz rolar o pranto.
Nenhum verso é palavra dita.
A expressão, que triste, se limita
A dizer "te adoro tanto!". Tanto...
terça-feira, 4 de outubro de 2011
O PÃO MOFADO, A LONA VELHA, O GRITO E O DEPOIS
O gosto acre não é de hoje,
Este azedume servil, tristemente, vergonhosamente servil,
Não se fez do último sapo engolido.
Este azedo na boca não é dos beijos vencidos de outrora.
Não só! É algo do gosto daquela velha refeição
Naquela mesma sala de jantar antiga.
Talvez o acúmulo do sabor imposto de pimenta,
Talvez um pigarro, um soluço, um grito.
Toda sorte de nossa democracia que acidifica o paladar.
Este sabor, este quê indigesto, é hereditário.
Mas dizem – assim ouvi dizer – que com o tempo
A herança é deixada aos filhos sociais,
Melhor diria aos órfãos sociais,
E o gosto intragável some dos pais,
Some das mães, dos tios, dos solteiros...
A vida começa depois dos quarenta.
Seria por isso? Não é vida.
É a aceitação da morte, morte acre,
Morte azeda, morte servil, vergonhosamente servil.
Aos filhos e filhas, morte!
À doce saliva, morte!
À mesa o mesmo jantar, na mesma sala antiga.
Já não tem gosto para muitos.
O gosto que sinto é azedo,
Para além de quarenta mil anos.
Este azedume servil, tristemente, vergonhosamente servil,
Não se fez do último sapo engolido.
Este azedo na boca não é dos beijos vencidos de outrora.
Não só! É algo do gosto daquela velha refeição
Naquela mesma sala de jantar antiga.
Talvez o acúmulo do sabor imposto de pimenta,
Talvez um pigarro, um soluço, um grito.
Toda sorte de nossa democracia que acidifica o paladar.
Este sabor, este quê indigesto, é hereditário.
Mas dizem – assim ouvi dizer – que com o tempo
A herança é deixada aos filhos sociais,
Melhor diria aos órfãos sociais,
E o gosto intragável some dos pais,
Some das mães, dos tios, dos solteiros...
A vida começa depois dos quarenta.
Seria por isso? Não é vida.
É a aceitação da morte, morte acre,
Morte azeda, morte servil, vergonhosamente servil.
Aos filhos e filhas, morte!
À doce saliva, morte!
À mesa o mesmo jantar, na mesma sala antiga.
Já não tem gosto para muitos.
O gosto que sinto é azedo,
Para além de quarenta mil anos.
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
SONETO PARA UM SENTIMENTO NÃO DECLARADO
Este sentimento, tu que o carregas
Qual mistério eterno, como me traz vida!
Pois se não o sinto, como me castiga;
Quando o sinto em algo, como me completa!
Este teu segredo quanto mais trancado
Mais em teu cuidado enfim se denuncia,
Pois quem guarda o ouro não conseguiria
Esconder no rosto o riso contentado
De quem tem consigo a fonte da riqueza.
Quem oculta o ouro nutre a avareza,
Torna-se tristonha esta condição.
Assume teu ouro, por contentamento!
Traze-me o conforto de teu sentimento
Ou deixa-me torpe desta ilusão.
Qual mistério eterno, como me traz vida!
Pois se não o sinto, como me castiga;
Quando o sinto em algo, como me completa!
Este teu segredo quanto mais trancado
Mais em teu cuidado enfim se denuncia,
Pois quem guarda o ouro não conseguiria
Esconder no rosto o riso contentado
De quem tem consigo a fonte da riqueza.
Quem oculta o ouro nutre a avareza,
Torna-se tristonha esta condição.
Assume teu ouro, por contentamento!
Traze-me o conforto de teu sentimento
Ou deixa-me torpe desta ilusão.
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
SONETO ILUSÓRIO
Máculas são estes versos batidos!
Chora o poema tão logo se o faz,
Derrama a rima um pranto sem paz,
Reclama a estrofe um novo sentido.
Se, bem atento, visar o que digo,
Nota-se em tempo que há pranto a mais:
Em desventura que não se desfaz
Ouve-se um peito a chorar recolhido.
Oh! Como fere este caso perdido!
São poesias sem mundo ou abrigo
E um sentimento que soa incapaz
Quando ele intenta fazer redivivo
Dia após dia, nos dias que sigo,
Qualquer conforto deixado p'ra trás.
Chora o poema tão logo se o faz,
Derrama a rima um pranto sem paz,
Reclama a estrofe um novo sentido.
Se, bem atento, visar o que digo,
Nota-se em tempo que há pranto a mais:
Em desventura que não se desfaz
Ouve-se um peito a chorar recolhido.
Oh! Como fere este caso perdido!
São poesias sem mundo ou abrigo
E um sentimento que soa incapaz
Quando ele intenta fazer redivivo
Dia após dia, nos dias que sigo,
Qualquer conforto deixado p'ra trás.
SONETO DE FRUSTRAÇÃO
Quisera eu, este poeta errante,
Os versos adornar com maestria
Quais tais dezenas lidas poesias
De dores ou prazeres triunfantes.
Triunfam, pois se avistam o semblante
De quem os lê qual prêmio ou regalia
Não se há de vir senão tal alegria,
Vazio preencher-se-á neste instante.
Mas eu, dos versos servo e aspirante,
Não sei senão amar d'outros amantes
As memoráveis belas poesias.
Intento a obra assim gratificante,
Mas ao me arriscar sou figurante.
Finjo um poeta qual jamais seria.
Os versos adornar com maestria
Quais tais dezenas lidas poesias
De dores ou prazeres triunfantes.
Triunfam, pois se avistam o semblante
De quem os lê qual prêmio ou regalia
Não se há de vir senão tal alegria,
Vazio preencher-se-á neste instante.
Mas eu, dos versos servo e aspirante,
Não sei senão amar d'outros amantes
As memoráveis belas poesias.
Intento a obra assim gratificante,
Mas ao me arriscar sou figurante.
Finjo um poeta qual jamais seria.
domingo, 11 de setembro de 2011
NO SAMBA
Charme dançando,
Meu pensamento samba.
Devoro o sorriso
Com os olhos de bamba
E morro nos olhos
Da moça que manda
Naquele momento.
Meu peito desanda!
Meu pensamento samba.
Devoro o sorriso
Com os olhos de bamba
E morro nos olhos
Da moça que manda
Naquele momento.
Meu peito desanda!
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
SONETO DE CEGA CONDIÇÃO
Escrever se faz com certo sacrifício.
Dividir em versos os meus sentimentos,
Decidir o rumo de meus pensamentos,
Torna-se injustiça, morte ou suplício.
Ora encontro em mente o beijo realizado,
Sinto uma saudade a me tocar a boca.
Ora o pensamento, em vontade louca,
Torna a desejar os lábios não tocados.
Dentro do dilema com o qual convivo
Não encontro paz, caminho ou lenitivo,
Não vejo esperança para as emoções.
Para suportar o fado que carrego
Somente arrancando este meu peito cego
Ou me agraciando com dois corações!
Dividir em versos os meus sentimentos,
Decidir o rumo de meus pensamentos,
Torna-se injustiça, morte ou suplício.
Ora encontro em mente o beijo realizado,
Sinto uma saudade a me tocar a boca.
Ora o pensamento, em vontade louca,
Torna a desejar os lábios não tocados.
Dentro do dilema com o qual convivo
Não encontro paz, caminho ou lenitivo,
Não vejo esperança para as emoções.
Para suportar o fado que carrego
Somente arrancando este meu peito cego
Ou me agraciando com dois corações!
domingo, 4 de setembro de 2011
DESUMANO
No alto, lá no céu,
O helicóptero voava.
Todos podiam ver seu voo
Com ruído inconveniente
E estética morto-metálica.
Enquanto isso, quase em mergulho,
Na praça - havia verde -
Voavam baixo os passarinhos.
Ninguém mais os viu.
Somente eu, com estes olhos.
Somente meus ouvidos escutaram
Os cantos multissinfônicos.
Na cidade os homens rastejam,
As latas levitam, o pulmão sofre,
Os pássaros - belos pássaros -
Quebram fronteiras!
Na cidade os olhos fogem,
Minha alma imita o voo (ou seria mergulho?)
Dos pássaros desumanos.
Ah, pássaros desumanos!
Essas almas leves é o que permite voo.
E quando, fugindo da cidade,
Encontro estes seus dotes
É que me desumanizo
E alcanço a última estrela do céu.
O helicóptero voava.
Todos podiam ver seu voo
Com ruído inconveniente
E estética morto-metálica.
Enquanto isso, quase em mergulho,
Na praça - havia verde -
Voavam baixo os passarinhos.
Ninguém mais os viu.
Somente eu, com estes olhos.
Somente meus ouvidos escutaram
Os cantos multissinfônicos.
Na cidade os homens rastejam,
As latas levitam, o pulmão sofre,
Os pássaros - belos pássaros -
Quebram fronteiras!
Na cidade os olhos fogem,
Minha alma imita o voo (ou seria mergulho?)
Dos pássaros desumanos.
Ah, pássaros desumanos!
Essas almas leves é o que permite voo.
E quando, fugindo da cidade,
Encontro estes seus dotes
É que me desumanizo
E alcanço a última estrela do céu.
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
ENSEJO
Somos sua esperança renegada,
Aquela que bate à porta e é barrada.
Somos as cores no concreto,
Somos as flores no deserto,
Somos a dança e o movimento,
Somos o sopro contra o vento,
Somos punks idealistas,
Somos hippies e artistas,
Somos árabes revoltados,
Somos nós, do outro lado,
Somos morte, somos vida,
Somos mulheres decididas,
Somos homens e crianças,
Somos sua esperança,
Somos nós que aqui morremos
Sem que olhem para os mesmos.
Somos todo o seu desejo,
Somos seu maior ensejo
Que você deixou passar...
Aquela que bate à porta e é barrada.
Somos as cores no concreto,
Somos as flores no deserto,
Somos a dança e o movimento,
Somos o sopro contra o vento,
Somos punks idealistas,
Somos hippies e artistas,
Somos árabes revoltados,
Somos nós, do outro lado,
Somos morte, somos vida,
Somos mulheres decididas,
Somos homens e crianças,
Somos sua esperança,
Somos nós que aqui morremos
Sem que olhem para os mesmos.
Somos todo o seu desejo,
Somos seu maior ensejo
Que você deixou passar...
terça-feira, 16 de agosto de 2011
SONETO DE APELO
Não deixe que as flores que te dei em pensamento
Me sejam mal-me-queres fúnebres de ilusão,
Espinhos dolorosos, cores mortas ao caixão
De um ainda vivo e gritante sentimento.
Não deixe que as pétalas - são tantas! - me afoguem,
Pois eu não sei nadar se não tiver tua companhia.
Ao menos seja solo que se avista, seja ilha,
Seja minha miragem, seja isto que me envolve,
Mas não permita nunca que estas flores coloridas
Roubem as minhas cores, o meu tom, a minha vida,
Para que enfim se percam num jardim abandonado,
Porque não sei cuidar dessas mil flores que são tuas.
Em teu cuidado há de florescer boas venturas,
Em minhas mãos serão apenas pranto derramado.
Me sejam mal-me-queres fúnebres de ilusão,
Espinhos dolorosos, cores mortas ao caixão
De um ainda vivo e gritante sentimento.
Não deixe que as pétalas - são tantas! - me afoguem,
Pois eu não sei nadar se não tiver tua companhia.
Ao menos seja solo que se avista, seja ilha,
Seja minha miragem, seja isto que me envolve,
Mas não permita nunca que estas flores coloridas
Roubem as minhas cores, o meu tom, a minha vida,
Para que enfim se percam num jardim abandonado,
Porque não sei cuidar dessas mil flores que são tuas.
Em teu cuidado há de florescer boas venturas,
Em minhas mãos serão apenas pranto derramado.
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
MEU SONETO AGRADECIDO
Sinto-me até grato pela dor que sinto.
Posso agradecer meu pranto, gota a gota,
Cada vil lamúria que, se fosse pouca,
Minha emoção levava ao infinito.
Agradeço o horror e a traição dos dias,
Farsas e trapaças deste vão destino,
Cada dura pedra posta em meu caminho,
Agradeço a vida feita de mentiras.
Quero agradecer as ilusões que trago,
Reverenciar este sabor amargo.
Sinto-me tão grato, como nunca quis!
Posso agradecer qual grandiosa festa,
Pois quanto mais triste a dor se manifesta
Mais a poesia se fará feliz.
Posso agradecer meu pranto, gota a gota,
Cada vil lamúria que, se fosse pouca,
Minha emoção levava ao infinito.
Agradeço o horror e a traição dos dias,
Farsas e trapaças deste vão destino,
Cada dura pedra posta em meu caminho,
Agradeço a vida feita de mentiras.
Quero agradecer as ilusões que trago,
Reverenciar este sabor amargo.
Sinto-me tão grato, como nunca quis!
Posso agradecer qual grandiosa festa,
Pois quanto mais triste a dor se manifesta
Mais a poesia se fará feliz.
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
quarta-feira, 27 de julho de 2011
SONETO PARA MORRER DE DORES
Torno a escrever meu verso entristecido.
Tudo me afeta violentamente!
Qualquer riso meu sumira de repente,
Meu contentamento desaparecido.
Falsa ilusão de que das mãos escapa
Minha alegria e autoconfiança
Quando, na verdade, nunca a segurança
Esteve guardada nestas mãos atadas.
Em cada segundo sinto desventura,
Vejo em cada canto um tanto de amargura,
Sinto em cada parte minha alguma morte.
Ah! Se falecer se faz assim preciso,
Cada dor que trago, com as quais convivo,
Há de alguma hora ser a minha sorte.
Tudo me afeta violentamente!
Qualquer riso meu sumira de repente,
Meu contentamento desaparecido.
Falsa ilusão de que das mãos escapa
Minha alegria e autoconfiança
Quando, na verdade, nunca a segurança
Esteve guardada nestas mãos atadas.
Em cada segundo sinto desventura,
Vejo em cada canto um tanto de amargura,
Sinto em cada parte minha alguma morte.
Ah! Se falecer se faz assim preciso,
Cada dor que trago, com as quais convivo,
Há de alguma hora ser a minha sorte.
segunda-feira, 25 de julho de 2011
POSSIBILIDADES
Preciso de poesia,
Preciso sumir,
Preciso de asas!
Qualquer grama minha,
Qualquer céu distante,
Qualquer nada disso.
Quero aquilo ali,
Quero coisa alguma,
Quero não ser isso.
Ser o que se for,
Ir como se vai,
Vou como não sei...
Deem-me versos novos,
Deem-me companhias,
Deem-me solidão.
Deixem-me morrendo
Dessa vida escrava
Pra viver feliz.
Haja equilíbrio
E haja tudo aquilo
Que nunca terei.
O que é belo morre,
Nada se resolve
Se não for morrer...
Preciso sumir,
Preciso de asas!
Qualquer grama minha,
Qualquer céu distante,
Qualquer nada disso.
Quero aquilo ali,
Quero coisa alguma,
Quero não ser isso.
Ser o que se for,
Ir como se vai,
Vou como não sei...
Deem-me versos novos,
Deem-me companhias,
Deem-me solidão.
Deixem-me morrendo
Dessa vida escrava
Pra viver feliz.
Haja equilíbrio
E haja tudo aquilo
Que nunca terei.
O que é belo morre,
Nada se resolve
Se não for morrer...
domingo, 24 de julho de 2011
VINTE E TRÊS DE JULHO
Ah, fome tinha! O que me restava?
Qualquer confusão se fazia presente.
Nada alimentava meu dia, somente
Sentia a incerteza que me acompanhava.
Ah, fome tinha! Fazia algum tempo
Que o alimento me havia faltado.
O que consegui, em um breve passado,
Não me saciava por este momento.
Ah, fome tinha! Poética fome
Que em mim se fizera, que quase não some,
A fome de um beijo, algo que esperei.
Ah, fome tinha! Minha boca vazia
Encheu-se de gosto em tua companhia
E por tua boca eu me alimentei!
Qualquer confusão se fazia presente.
Nada alimentava meu dia, somente
Sentia a incerteza que me acompanhava.
Ah, fome tinha! Fazia algum tempo
Que o alimento me havia faltado.
O que consegui, em um breve passado,
Não me saciava por este momento.
Ah, fome tinha! Poética fome
Que em mim se fizera, que quase não some,
A fome de um beijo, algo que esperei.
Ah, fome tinha! Minha boca vazia
Encheu-se de gosto em tua companhia
E por tua boca eu me alimentei!
quinta-feira, 21 de julho de 2011
MAIS JANEIROS
Ah! Se existissem mais janeiros
Nesses meses tão alheios,
Se existissem mais sorrisos,
Nesses lábios mais vermelho,
Nessas mãos houvesse flores,
Pela estrada mais canteiros,
Nesses cantos mais anseios,
Nos anseios mais caminhos,
Nos caminhos mais janeiros...
Nesses meses tão alheios,
Se existissem mais sorrisos,
Nesses lábios mais vermelho,
Nessas mãos houvesse flores,
Pela estrada mais canteiros,
Nesses cantos mais anseios,
Nos anseios mais caminhos,
Nos caminhos mais janeiros...
segunda-feira, 11 de julho de 2011
SONETO EM FORMA DE BUQUÊ
Daria mais mil flores, fosse necessário,
Mais mil bem-quereres, mais mil cores vivas,
Todos os jardins do mundo te traria
Para ter um riso teu tão desejado.
Não me cabe em mãos este buquê que trago,
Talvez este vasto mundo não suporte
Esta primavera de esperança e sorte
Que te ofereço p'ra te ser afago.
Neste encontro vivo de fragrâncias frescas
És dona da flora, a própria natureza
Que tão belamente a mim se apresenta,
Pois de tua boca nascem mil florestas
Que floreiam o peito deste teu poeta:
De tua existência o verso se alimenta!
quinta-feira, 7 de julho de 2011
TRÊS SAUDADES QUE CARREGO
Logo o dia acorda, sinto pelo vento,
Numa utopia que me atinge a alma,
Cinzas d'uma flor que já trouxera calma,
Hoje só memórias de longínquo tempo.
Quando anoitece, o céu, em seu lamento
Ou quiçá sorrindo, desprezando traumas,
Mostra mil estrelas, brilho que se espalma,
Marca em minha mente sombras d'um tormento.
Eis que em meu recanto, abrigo ou relento,
Minha poesia, riso e sofrimento,
Surge nesta hora, ela que me acalma!
Toca-me o peito. Em novo movimento
Escrevo outro pesar, mais outro desalento.
Oh! Quanta saudade cabe numa alma?
Numa utopia que me atinge a alma,
Cinzas d'uma flor que já trouxera calma,
Hoje só memórias de longínquo tempo.
Quando anoitece, o céu, em seu lamento
Ou quiçá sorrindo, desprezando traumas,
Mostra mil estrelas, brilho que se espalma,
Marca em minha mente sombras d'um tormento.
Eis que em meu recanto, abrigo ou relento,
Minha poesia, riso e sofrimento,
Surge nesta hora, ela que me acalma!
Toca-me o peito. Em novo movimento
Escrevo outro pesar, mais outro desalento.
Oh! Quanta saudade cabe numa alma?
sábado, 25 de junho de 2011
SONETO PARA CAROLINA
Caso abrace, Carolina,
Tanto o riso quanto o pranto,
Há de sentir qualquer encanto
Em cada lágrima descida.
Em toda dor, toda ferida,
Há de encontrar algum recanto
E soará belo acalanto:
Um riso em uma despedida
Da aflição que te dói tanto.
As lágrimas serão teu manto
A anunciar a dor perdida.
Oh, Carolina! O meu espanto
É descobrir agora o quanto
O teu sorriso me traz vida!
Tanto o riso quanto o pranto,
Há de sentir qualquer encanto
Em cada lágrima descida.
Em toda dor, toda ferida,
Há de encontrar algum recanto
E soará belo acalanto:
Um riso em uma despedida
Da aflição que te dói tanto.
As lágrimas serão teu manto
A anunciar a dor perdida.
Oh, Carolina! O meu espanto
É descobrir agora o quanto
O teu sorriso me traz vida!
quinta-feira, 23 de junho de 2011
terça-feira, 14 de junho de 2011
MEU SORRISO PARA CAROLINA
Se o sorriso meu te traz felicidade
Deixe então brotar um riso em teu rosto
Pois de teu sorriso foge meu desgosto,
Sem o meu desgosto um riso, nunca tarde,
Surge em meu semblante. Pois então sorria!
Cada riso teu é o fim da própria morte
A trazer conforto e renovar minha sorte
Pois em teu sorriso há mais de minha alegria.
Se o meu sorriso é boa referência
Para te fazer sorrir com excelência,
Peço que sorria incontidamente
Já que eu me encontro de sorriso aberto
Por algumas horas eu te ter por perto
E por eu guardar teu riso em minha mente.
domingo, 12 de junho de 2011
AMPARO
O que me acontece não é planejado.
O que me acontece é a vida que se oferece.
E a vida - ora, a vida! - não se pode negar.
Não há como negar vontades,
Não há como negar confusões,
Não há como negar as dúvidas.
A vida só se faz assim, súbita e inesperada.
Do contrário é a morte, certeza indesejada.
***
Em minha existência cabem dores,
Bem mais do que posso pensar ser possível.
E cabe mais vida do que já tive,
Mais finais, mais histórias.
O que faço? Já não sei.
Mas sei que faço o que me cabe.
O que me acontece é a vida que se oferece.
E a vida - ora, a vida! - não se pode negar.
Não há como negar vontades,
Não há como negar confusões,
Não há como negar as dúvidas.
A vida só se faz assim, súbita e inesperada.
Do contrário é a morte, certeza indesejada.
***
Em minha existência cabem dores,
Bem mais do que posso pensar ser possível.
E cabe mais vida do que já tive,
Mais finais, mais histórias.
O que faço? Já não sei.
Mas sei que faço o que me cabe.
sábado, 4 de junho de 2011
TROVA PARA INICIAR O DIA ou TROVA PARA INICIAR UM ROMANCE
Hoje o galo já cantou,
O Sol também já nasceu
E o dia não começou
Pois falta um carinho seu.
O Sol também já nasceu
E o dia não começou
Pois falta um carinho seu.
domingo, 29 de maio de 2011
JARDIM BRANCO
Se todo o meu jardim fosse branco
Que mal teria? Digo mal nenhum!
Eu posso pintá-lo como quiser!
Eu posso pintá-lo de grave e agudo,
Posso pintá-lo de doce e salgado!
É meu o jardim branco-universo.
Tão meu esse lindo universo-jardim.
O receio com som de flauta-doce
Tem gosto de sal de outros mares.
Minha flauta-salgada toca agora
Colorindo o branco que havia.
Sinestesia! Sinestesia!
Eu sou a flor e a flauta,
Sou o açúcar e o sal,
Sou os barulhos gostosos,
Sou o sabor colorido...
E meu jardim é tão meu,
O meu jardim é tão eu,
O jardim eu sou tão lá,
Lá eu sou cá a voar.
Se todo o meu jardim fosse branco...
Que mal teria? Digo mal nenhum!
Eu posso pintá-lo como quiser!
Eu posso pintá-lo de grave e agudo,
Posso pintá-lo de doce e salgado!
É meu o jardim branco-universo.
Tão meu esse lindo universo-jardim.
O receio com som de flauta-doce
Tem gosto de sal de outros mares.
Minha flauta-salgada toca agora
Colorindo o branco que havia.
Sinestesia! Sinestesia!
Eu sou a flor e a flauta,
Sou o açúcar e o sal,
Sou os barulhos gostosos,
Sou o sabor colorido...
E meu jardim é tão meu,
O meu jardim é tão eu,
O jardim eu sou tão lá,
Lá eu sou cá a voar.
Se todo o meu jardim fosse branco...
sexta-feira, 20 de maio de 2011
SONETO MAIS QUE SEM GRAÇA
Aguardo em um anseio quase incontrolável
Algo que me venha completar os versos.
Dias não escrevo, ora estou disperso,
Falho e não redijo algo tão palpável.
Espero ansioso um sopro agradável,
Intenso inspirar que surja em um acesso
Pois tal dura falta é algo que não meço.
Onde andas tu, poema indomável?
Nesta condição doída, inefável,
Busco que o poema seja admirável
Mas inspiração me falta e confesso
Que aqui aguardo um lapso, incansável,
Qual possa criar o verso adorável
Dando o que preciso e o que tanto peço.
Algo que me venha completar os versos.
Dias não escrevo, ora estou disperso,
Falho e não redijo algo tão palpável.
Espero ansioso um sopro agradável,
Intenso inspirar que surja em um acesso
Pois tal dura falta é algo que não meço.
Onde andas tu, poema indomável?
Nesta condição doída, inefável,
Busco que o poema seja admirável
Mas inspiração me falta e confesso
Que aqui aguardo um lapso, incansável,
Qual possa criar o verso adorável
Dando o que preciso e o que tanto peço.
quarta-feira, 11 de maio de 2011
Olá, leitorxs!
Essa não é uma postagem com alguma poesia nova. Essa é uma postagem para compartilhar com vocês a publicação do livro "Do Fundo da Nossa Alma", da Belacop Livros.
Há alguns meses participei de um concurso de poesias da Belacop, onde os selecionados teriam suas poesias publicadas em um livro.
Enfim o livro saiu! Duas de minhas poesias foram publicadas nesse volume.
Estou aqui registrando esse acontecimento pois para mim é uma alegria ter minhas expressões quebrando fronteiras, expandindo e atingindo os olhos (quiçá os sentimentos) de novxs leitorxs.
Agradeço a todxs que me apoiaram, que ajudaram e que leem meu blog!
As poesias selecionadas e publicadas no livro são as seguintes:
AO SORRISO DA BAILARINA
POÉTICA ANTÍTESE
É só clicar no título da poesia para ler ou reler os versos.
Beijos para todxs! Paz e Anarquia!
Essa não é uma postagem com alguma poesia nova. Essa é uma postagem para compartilhar com vocês a publicação do livro "Do Fundo da Nossa Alma", da Belacop Livros.
Há alguns meses participei de um concurso de poesias da Belacop, onde os selecionados teriam suas poesias publicadas em um livro.
Enfim o livro saiu! Duas de minhas poesias foram publicadas nesse volume.
Estou aqui registrando esse acontecimento pois para mim é uma alegria ter minhas expressões quebrando fronteiras, expandindo e atingindo os olhos (quiçá os sentimentos) de novxs leitorxs.
Agradeço a todxs que me apoiaram, que ajudaram e que leem meu blog!
As poesias selecionadas e publicadas no livro são as seguintes:
AO SORRISO DA BAILARINA
POÉTICA ANTÍTESE
É só clicar no título da poesia para ler ou reler os versos.
Beijos para todxs! Paz e Anarquia!
sexta-feira, 6 de maio de 2011
SONETO DO ADEUS CONCRETO
Minha poesia de adeus é triste,
Não pelo adeus que em si já me afeta
Mas por esta mágoa que se acarreta
Pela indiferença que me admitiste.
Dos afetos dados, qual feriu teu ego?
Quais de meus carinhos tem nos afastado?
Quantos destes tantos beijos foram dados
Sem merecimento algum de meu apego?
Já que estive só estando a teu lado
E não te tocara todo meu agrado,
Dou-te adeus. Embora meu semblante
Seja triste, fico aliviado
Pois prefiro estar acabrunhado
Que beijar a quem me quer distante.
Não pelo adeus que em si já me afeta
Mas por esta mágoa que se acarreta
Pela indiferença que me admitiste.
Dos afetos dados, qual feriu teu ego?
Quais de meus carinhos tem nos afastado?
Quantos destes tantos beijos foram dados
Sem merecimento algum de meu apego?
Já que estive só estando a teu lado
E não te tocara todo meu agrado,
Dou-te adeus. Embora meu semblante
Seja triste, fico aliviado
Pois prefiro estar acabrunhado
Que beijar a quem me quer distante.
quarta-feira, 4 de maio de 2011
CAUSA MORTIS
Todo dia é dia de viver e morrer.
Todo dia é um fim.
Fim do dia, fim da vida.
Morrer, acordar...
sonhando! Viver(?).
Todo dia é dia. E nós ainda
Vivemos em nossa própria morte.
Morremos de nossa própria vida.
Todo dia é um fim.
Fim do dia, fim da vida.
Morrer, acordar...
sonhando! Viver(?).
Todo dia é dia. E nós ainda
Vivemos em nossa própria morte.
Morremos de nossa própria vida.
segunda-feira, 25 de abril de 2011
ODE AOS LOUCOS E À SUA DEUSA
Agradeço aos loucos
Por serem eles a melhor parte de tudo.
Agradeço as palavras quase desconexas,
As visões, miragens, previsões,
Agradeço suas lágrimas súbitas,
Seus sorrisos a qualquer cor do dia,
Agradeço ainda o restante de inocência
(Pois os loucos conservam uma inocência
Que pessoa nenhuma sabe o que é).
Os loucos compreendem que a vida não é um jogo,
Eles sabem que omitir é fraqueza mundana
E também é mundano não ser o que se é.
Os loucos se entregam totalmente aos sentimentos,
Porque a entrega total é Loucura.
Porque a Loucura é algo total, nunca algo pela metade.
Os loucos são incompreendidos,
Mas têm a compreensão de tudo.
Loucos são pedaços inteiros de sinceridade.
Os loucos se expressam.
Às vezes de forma bem primária.
Mas forma é só estética,
O valor é transcendente.
Alguns loucos escrevem. Escrevem mal.
Alguns escrevem bem. O que importa?
A Loucura, bem maior, não oprime.
A Loucura liberta, abraça, beija,
A Loucura acaricia, envolve, morde,
A Loucura – deusa! – fode gostoso
E oferece tudo o que precisamos.
Por serem eles a melhor parte de tudo.
Agradeço as palavras quase desconexas,
As visões, miragens, previsões,
Agradeço suas lágrimas súbitas,
Seus sorrisos a qualquer cor do dia,
Agradeço ainda o restante de inocência
(Pois os loucos conservam uma inocência
Que pessoa nenhuma sabe o que é).
Os loucos compreendem que a vida não é um jogo,
Eles sabem que omitir é fraqueza mundana
E também é mundano não ser o que se é.
Os loucos se entregam totalmente aos sentimentos,
Porque a entrega total é Loucura.
Porque a Loucura é algo total, nunca algo pela metade.
Os loucos são incompreendidos,
Mas têm a compreensão de tudo.
Loucos são pedaços inteiros de sinceridade.
Os loucos se expressam.
Às vezes de forma bem primária.
Mas forma é só estética,
O valor é transcendente.
Alguns loucos escrevem. Escrevem mal.
Alguns escrevem bem. O que importa?
A Loucura, bem maior, não oprime.
A Loucura liberta, abraça, beija,
A Loucura acaricia, envolve, morde,
A Loucura – deusa! – fode gostoso
E oferece tudo o que precisamos.
domingo, 24 de abril de 2011
sexta-feira, 15 de abril de 2011
VERSOS DE BOA NOITE
Ora fez-se a luz na noite escura,
Se houvesse flor, floresceria!
Onde não houvesse, surgiria
Quando assim brilhasse tal alvura.
Onde havia voz, fez-se silêncio.
Tudo o que havia contemplava
Cada raio raro que raiava
No encanto infindo do momento.
Mas não era a Lua, pois a mesma,
Ao se deparar com tal beleza,
Apagou-se a tempo, envergonhada.
Não há luas, nem sequer estrelas,
Mesmo havendo entusiasmo ao vê-las,
Que superem Vivian em sua alçada.
Se houvesse flor, floresceria!
Onde não houvesse, surgiria
Quando assim brilhasse tal alvura.
Onde havia voz, fez-se silêncio.
Tudo o que havia contemplava
Cada raio raro que raiava
No encanto infindo do momento.
Mas não era a Lua, pois a mesma,
Ao se deparar com tal beleza,
Apagou-se a tempo, envergonhada.
Não há luas, nem sequer estrelas,
Mesmo havendo entusiasmo ao vê-las,
Que superem Vivian em sua alçada.
ALÍVIO
Moça tão bela,
Ele te espera!
Ele espera toda sua sensibilidade
E todos os céus que possa oferecer!
Ele espera teu beijo
E você o dele,
Porque o beijo é um só
E pertence aos dois.
Ele espera sua presença,
Essa presença que você não espera.
E não espera porque já sente!
Você já sente a sua presença
Em cada ato realizado.
E no próximo ato há mais presença:
Um beijo onde não estarão um com o outro,
Mas um no outro, um é o outro,
Outro são dois, dois será um,
Pois quando você se aproxima
As coisas se enlaçam.
Moça tão bela,
Ele te espera!
E eu os festejo.
Ele te espera!
Ele espera toda sua sensibilidade
E todos os céus que possa oferecer!
Ele espera teu beijo
E você o dele,
Porque o beijo é um só
E pertence aos dois.
Ele espera sua presença,
Essa presença que você não espera.
E não espera porque já sente!
Você já sente a sua presença
Em cada ato realizado.
E no próximo ato há mais presença:
Um beijo onde não estarão um com o outro,
Mas um no outro, um é o outro,
Outro são dois, dois será um,
Pois quando você se aproxima
As coisas se enlaçam.
Moça tão bela,
Ele te espera!
E eu os festejo.
quarta-feira, 13 de abril de 2011
terça-feira, 12 de abril de 2011
O ERRO DA BUSCA POR INSPIRAÇÃO EM LIVROS
Procuro em vão inspiração que possa
Tirar-me cá deste vazio de versos.
Quão mais em livros busco algum progresso,
Mais reconheço, mesmo que à força,
Que meu versar qual caprichoso abrigo
É mais adorno, menos arte em suma.
É mais lamento, mais a pena dura
De algum desejo que trago comigo.
Poetizar de jeito extr'ordinário
Eu bem intento, assim reconheço
Que em belos livros poderei, no mais,
Achar poemas de sentidos vários.
Mas sendo alheios tornam-se contrários
A meu lirismo. Inspiração jamais!
Tirar-me cá deste vazio de versos.
Quão mais em livros busco algum progresso,
Mais reconheço, mesmo que à força,
Que meu versar qual caprichoso abrigo
É mais adorno, menos arte em suma.
É mais lamento, mais a pena dura
De algum desejo que trago comigo.
Poetizar de jeito extr'ordinário
Eu bem intento, assim reconheço
Que em belos livros poderei, no mais,
Achar poemas de sentidos vários.
Mas sendo alheios tornam-se contrários
A meu lirismo. Inspiração jamais!
domingo, 27 de março de 2011
quarta-feira, 23 de março de 2011
MOÇAS EM MINHA CAMA
Deixem-me dormir, moças, por favor!
Qualquer outra hora irei lhes atender.
Deixem essa cama e o cobertor
Para que meu sono possa acontecer.
Façam o silêncio mais absoluto.
Não quero ouvir nenhum tum-tum-tum.
Quero desmaiar em um sono profundo,
Ter esse direito agora e mais nenhum.
Moças, eu imploro a vossa compaixão.
Não quero tumulto dentro do meu quarto.
Quando o Sol raiar por essa escuridão
Darei atenção melhor a qualquer fato.
Pois já é bastante ter a luz do dia
Para me perder por entre seus encantos.
Ainda por cima roubam a poesia!
Fiquem co'estes versos, deixem-me num canto!
Qualquer outra hora irei lhes atender.
Deixem essa cama e o cobertor
Para que meu sono possa acontecer.
Façam o silêncio mais absoluto.
Não quero ouvir nenhum tum-tum-tum.
Quero desmaiar em um sono profundo,
Ter esse direito agora e mais nenhum.
Moças, eu imploro a vossa compaixão.
Não quero tumulto dentro do meu quarto.
Quando o Sol raiar por essa escuridão
Darei atenção melhor a qualquer fato.
Pois já é bastante ter a luz do dia
Para me perder por entre seus encantos.
Ainda por cima roubam a poesia!
Fiquem co'estes versos, deixem-me num canto!
segunda-feira, 21 de março de 2011
TROVEJANDO VERSOS
A tudo que existe há poesia.
Que ruim seria se não fosse assim!
A trova breve que surge no dia
Será uma ode quando for meu fim.
Que ruim seria se não fosse assim!
A trova breve que surge no dia
Será uma ode quando for meu fim.
quarta-feira, 16 de março de 2011
terça-feira, 15 de março de 2011
APENAS UM DESABAFO SAUDOSO À MINHA AMÁVEL IRMÃ LAURA
Querida irmã, é com saudade que lhe escrevo.
Há tempos não falamos coisas confidenciais.
Recordo, com carinho, nosso último abraço
E aquela sensação que não esquecerei jamais.
Recordas, irmã querida, nossas tardes de conversa?
E quando me acalmaste quando o coração partiu?
Acaso tu não lembres, não faz mal, pois eu garanto
Que nada apagará aquela paz que se sentiu.
Eu lembro quando tudo o que mais me animava
Era saber que estavas a cuidar de teu irmão,
Fosse com a paciência de escutar minhas palavras
Ou mesmo no encanto de prestar tua atenção.
Mas hoje, linda irmã, sabe-se que o tempo é outro.
Já não mais nos falamos. Tanta vida aconteceu...
E em noites como esta, em que me sinto mais sensível,
A tua falta dói, reclama um abraço o irmão teu.
Contudo, cara Laura, estarei sempre contigo
E mesmo se esqueceres, lembrarei sempre de ti.
Sou grato pelos anos em que estiveste em minha vida
E com amor, p'ra sempre, estarás presente em mim.
Perdão pela falta de harmonia em minhas linhas,
Mas a saudade é tanta que não pude nem pensar!
Acaso me perguntem se isso é uma poesia,
Responderei que não. É só um peito a soluçar.
Há tempos não falamos coisas confidenciais.
Recordo, com carinho, nosso último abraço
E aquela sensação que não esquecerei jamais.
Recordas, irmã querida, nossas tardes de conversa?
E quando me acalmaste quando o coração partiu?
Acaso tu não lembres, não faz mal, pois eu garanto
Que nada apagará aquela paz que se sentiu.
Eu lembro quando tudo o que mais me animava
Era saber que estavas a cuidar de teu irmão,
Fosse com a paciência de escutar minhas palavras
Ou mesmo no encanto de prestar tua atenção.
Mas hoje, linda irmã, sabe-se que o tempo é outro.
Já não mais nos falamos. Tanta vida aconteceu...
E em noites como esta, em que me sinto mais sensível,
A tua falta dói, reclama um abraço o irmão teu.
Contudo, cara Laura, estarei sempre contigo
E mesmo se esqueceres, lembrarei sempre de ti.
Sou grato pelos anos em que estiveste em minha vida
E com amor, p'ra sempre, estarás presente em mim.
Perdão pela falta de harmonia em minhas linhas,
Mas a saudade é tanta que não pude nem pensar!
Acaso me perguntem se isso é uma poesia,
Responderei que não. É só um peito a soluçar.
segunda-feira, 14 de março de 2011
SONETO PARA SÁBADO
Com que exatidão escrever versos,
Transparecer o meu contentamento?
Como mostrar-me grato a este tempo?
Que gratidão mostrar qu'esteja perto
De ser servil àquilo que eu sinto
Sem festejar, mas sem faltar o preito?
Como ofertar poema a este momento?
Como fazer do verso seu recinto?
Eu temo, observando esta ventura,
Que tais palavras percam a compostura
E não espelhem o fato como almejo.
Por sorte que meus dias me ofertaram,
Se os versos tal viver não retrataram,
Deixo as palavras, lembrarei teu beijo.
Transparecer o meu contentamento?
Como mostrar-me grato a este tempo?
Que gratidão mostrar qu'esteja perto
De ser servil àquilo que eu sinto
Sem festejar, mas sem faltar o preito?
Como ofertar poema a este momento?
Como fazer do verso seu recinto?
Eu temo, observando esta ventura,
Que tais palavras percam a compostura
E não espelhem o fato como almejo.
Por sorte que meus dias me ofertaram,
Se os versos tal viver não retrataram,
Deixo as palavras, lembrarei teu beijo.
sexta-feira, 11 de março de 2011
COLO
Que teus jovens lábios sejam novo abrigo
P'ra meus velhos lábios secos pelo tempo,
Seja o teu pequeno corpo meu alento,
Faze de meu corpo inteiro teu amigo.
Traze mocidade, a tua, florescendo.
Em mim desabrocha tua descoberta,
Deixa tua flor, garota, bem aberta!
Quero o teu pólen por mim escorrendo.
Serás um jardim regado a mil delícias,
Eu teu beija-flor a conceder carícias.
Tua juventude a renovar meu dia!
Serás meu pecado e minha redenção,
Minha plenitude e condenação,
Culpa memorável em minha poesia!
P'ra meus velhos lábios secos pelo tempo,
Seja o teu pequeno corpo meu alento,
Faze de meu corpo inteiro teu amigo.
Traze mocidade, a tua, florescendo.
Em mim desabrocha tua descoberta,
Deixa tua flor, garota, bem aberta!
Quero o teu pólen por mim escorrendo.
Serás um jardim regado a mil delícias,
Eu teu beija-flor a conceder carícias.
Tua juventude a renovar meu dia!
Serás meu pecado e minha redenção,
Minha plenitude e condenação,
Culpa memorável em minha poesia!
quinta-feira, 10 de março de 2011
POESIA DO COLAPSO
O mundo é pequeno e por isso está acabando.
E não falo, veja bem, em espaço.
Falo do tamanho de sua significância.
O mundo é pequeno!
Não adianta me falar do verde,
Pois o que é o verde se não produto?
É produto, sim! Todos o consomem!
Assim como os animais e todo o resto.
E de tanto consumirmos há de se findar.
Há de se findar esse pequeno mundo!
O mundo é pequeno! Ervilha,
Naftalina mijada, cocô de rato!
E por isso está acabando. Amém!
É humano este mundo, é pequeno.
É pequeno este humano, é imundo.
É o mundo pequeno, é humano.
É a língua da cobra, é veneno.
É veneno do humano, é o mundo!
É pequeno o veneno que mata,
Do tamanho de algumas cabeças.
O mundo é bem pequeno. Acaba.
Dê graças aos deuses e aos homens,
Dê graças às putas e aos filhos,
Dê graças aos santos fingidos,
Dê graças às leis e à ordem,
Dê graças à boa vontade
E à má vontade. Um brinde!
Dê graças ao mundo que acaba
E aos versos que exaltam o momento!
Acabe, mundo pequeno!
Enquanto o mundo acaba
Permito-me repousar, mas veja:
Não pense em me culpar!
Não há o que fazer para reverter
A não ser criar, criar e criar.
Portanto, se o mundo se finda,
O que ofereço é quase solução.
Meu repouso é a poesia:
Fim de qualquer agonia,
Início da criação!
E não falo, veja bem, em espaço.
Falo do tamanho de sua significância.
O mundo é pequeno!
Não adianta me falar do verde,
Pois o que é o verde se não produto?
É produto, sim! Todos o consomem!
Assim como os animais e todo o resto.
E de tanto consumirmos há de se findar.
Há de se findar esse pequeno mundo!
O mundo é pequeno! Ervilha,
Naftalina mijada, cocô de rato!
E por isso está acabando. Amém!
É humano este mundo, é pequeno.
É pequeno este humano, é imundo.
É o mundo pequeno, é humano.
É a língua da cobra, é veneno.
É veneno do humano, é o mundo!
É pequeno o veneno que mata,
Do tamanho de algumas cabeças.
O mundo é bem pequeno. Acaba.
Dê graças aos deuses e aos homens,
Dê graças às putas e aos filhos,
Dê graças aos santos fingidos,
Dê graças às leis e à ordem,
Dê graças à boa vontade
E à má vontade. Um brinde!
Dê graças ao mundo que acaba
E aos versos que exaltam o momento!
Acabe, mundo pequeno!
Enquanto o mundo acaba
Permito-me repousar, mas veja:
Não pense em me culpar!
Não há o que fazer para reverter
A não ser criar, criar e criar.
Portanto, se o mundo se finda,
O que ofereço é quase solução.
Meu repouso é a poesia:
Fim de qualquer agonia,
Início da criação!
sexta-feira, 4 de março de 2011
POR MAIS QUE DIGAM, BEATRIZ...
Corro aqui o risco de aparentar insolidez,
Poeta que apresenta quase nula inspiração.
Diriam que, ao versar, escapa-me a inovação,
Que minha poesia enfim perdera a validez.
Compreendo tal injúria, mas permito-me explicar:
Repito este tema, que julgam como mesmice,
Por ser inspiração. Acaso não a assumisse
Então não haveria poesia a contemplar,
Pois tais olhos castanhos já inovam qualquer cena!
Não digam que estes olhos me anulam o poema
Quando esta cor castanha ilumina qualquer breu!
Portanto, se pensarem que estou sendo redundante
Replico à tua beleza, a este olhar de diamante,
Que maior redundância é ter dois olhos como os teus.
Poeta que apresenta quase nula inspiração.
Diriam que, ao versar, escapa-me a inovação,
Que minha poesia enfim perdera a validez.
Compreendo tal injúria, mas permito-me explicar:
Repito este tema, que julgam como mesmice,
Por ser inspiração. Acaso não a assumisse
Então não haveria poesia a contemplar,
Pois tais olhos castanhos já inovam qualquer cena!
Não digam que estes olhos me anulam o poema
Quando esta cor castanha ilumina qualquer breu!
Portanto, se pensarem que estou sendo redundante
Replico à tua beleza, a este olhar de diamante,
Que maior redundância é ter dois olhos como os teus.
quinta-feira, 3 de março de 2011
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
FEITIO
Não sou feito para viver.
Meus lábios são feitos para sorrir versos,
Não para beijar lábios que desejo.
O meu desejo mesmo não foi feito para que se satisfaça,
Mas para criar poesia que me sustente.
Meu corpo não é feito para amores,
Pois os amores se fazem tão pouco
Que se perdem em qualquer ponto da pele.
E minha pele é do vento, é do ar!
Meus olhos têm brilhos que começam
Nas cores de tudo aquilo que vejo
E terminam somente no próximo brilho.
Meu peito não sangra por mim,
Pois eu sem qualquer poética sou vazio
E a poesia é o que alimenta o peito.
Por isso o sangue também é verso
E meu peito sangra pela poesia.
Eu sou pela poesia, existo pela poesia!
Não tenho qualquer conquista
Porque não posso vencer o poema
E o poema está em tudo.
Eis meu feitio, ninguém pode entender.
Não sou feito para viver.
Sou feito para viver além, nos versos.
Meus lábios são feitos para sorrir versos,
Não para beijar lábios que desejo.
O meu desejo mesmo não foi feito para que se satisfaça,
Mas para criar poesia que me sustente.
Meu corpo não é feito para amores,
Pois os amores se fazem tão pouco
Que se perdem em qualquer ponto da pele.
E minha pele é do vento, é do ar!
Meus olhos têm brilhos que começam
Nas cores de tudo aquilo que vejo
E terminam somente no próximo brilho.
Meu peito não sangra por mim,
Pois eu sem qualquer poética sou vazio
E a poesia é o que alimenta o peito.
Por isso o sangue também é verso
E meu peito sangra pela poesia.
Eu sou pela poesia, existo pela poesia!
Não tenho qualquer conquista
Porque não posso vencer o poema
E o poema está em tudo.
Eis meu feitio, ninguém pode entender.
Não sou feito para viver.
Sou feito para viver além, nos versos.
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
JULIANA É UM PÁSSARO EM UM CÉU
Sou poeta.
E o sou porque assim sou livre.
Porque há mais céus nessas linhas
Do que nuvens no céu.
E para cada céu há mais linhas.
Sou poeta porque não sei o que é não ser poeta.
Não ser poeta deve ser algo como
Ter um só céu, viver em um só planeta,
Acordar, respirar, comer, cansar, dormir.
Eu não sei o que é isso.
Mas sei o que é o avesso, o contrário.
Sei, pretensiosamente, o que é ser poeta.
Sou poeta porque toco estrelas,
Porque bebo cores e como ares.
Sou poeta porque a música toca,
Eu escrevo e o anseio dança.
É por tantos versos que sou poeta!
Os céus ao meu redor me envolvem.
Ah! Eu deixarei que seja assim!
Sou poeta porque assim tudo posso
E porque sentir esse beijo alivia.
E o sou porque assim sou livre.
Porque há mais céus nessas linhas
Do que nuvens no céu.
E para cada céu há mais linhas.
Sou poeta porque não sei o que é não ser poeta.
Não ser poeta deve ser algo como
Ter um só céu, viver em um só planeta,
Acordar, respirar, comer, cansar, dormir.
Eu não sei o que é isso.
Mas sei o que é o avesso, o contrário.
Sei, pretensiosamente, o que é ser poeta.
Sou poeta porque toco estrelas,
Porque bebo cores e como ares.
Sou poeta porque a música toca,
Eu escrevo e o anseio dança.
É por tantos versos que sou poeta!
Os céus ao meu redor me envolvem.
Ah! Eu deixarei que seja assim!
Sou poeta porque assim tudo posso
E porque sentir esse beijo alivia.
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
SONETO À FLOR DE SANTANA
Tanto fui surpreendido por essa vontade
De versar-te, Flor, que agora lhe confesso:
Eu já não sei sequer como formar um verso
Que poetize o anseio com fidelidade.
Inspiração me surge viva, no entanto
De mim foge a altivez que vem da poesia.
O verso já não cumpre aquilo que devia,
Se esvai, sem alegria, a perecer num canto.
Oh, Flor! É com penar que te peço desculpas
Se o verso acabrunhado acaso te machuca
Por ter faltado aqui um tanto de gracejo.
Mas há de entender este poeta errante:
Seria a poesia mais emocionante
Se aqui não me faltasse a graça de teu beijo.
De versar-te, Flor, que agora lhe confesso:
Eu já não sei sequer como formar um verso
Que poetize o anseio com fidelidade.
Inspiração me surge viva, no entanto
De mim foge a altivez que vem da poesia.
O verso já não cumpre aquilo que devia,
Se esvai, sem alegria, a perecer num canto.
Oh, Flor! É com penar que te peço desculpas
Se o verso acabrunhado acaso te machuca
Por ter faltado aqui um tanto de gracejo.
Mas há de entender este poeta errante:
Seria a poesia mais emocionante
Se aqui não me faltasse a graça de teu beijo.
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
Olá, leitorxs do meu blog! Ganhei este selo da Victória Carneo, do blog Poeira Estelar - Muito obrigado, Victória!
Para quem não conhece esta coisa de selo, vou explicar: um selo é uma maneira de homenagear um blog que você gosta. Você dá o selo de presente para um blog.Quem o recebe deve passar adiante para outros blogs. As condições para esse selo que recebi são as seguintes:
1- Contar 10 coisas sobre mim;
2- Dedicar para mais 10 blogs;
3- E avisá-los sobre a dedicação.
COISAS SOBRE MIM (uau... o que dizer?)
1- Para mim, amig@s estão acima de qualquer coisa
2- Sou anarquista. E quem procurar informação sobre isso não se arrependerá.
3- Sou vegano, protetor e defensor dos direitos dos animais.
4- Sou ativista e acredito que manifestar é preciso (seja lá qual a maneira que você escolheu para isso).
5- Considero a arte uma das maneiras mais importantes para alcançar a mudança social.
6- Sou ateu, o que não significa ser monstro. O importante é respeitar diferenças.
7- Não bebo, não fumo, não uso nenhum tipo de droga. Minha consciência agradece.
8- Aparento ter 16 anos de idade, embora tenha uma tanto a mais.
9- Gostaria de saber dançar, mas não sei nem sambar. Um dia aprenderei a sambar! (Sim. Gosto de samba. E também de barulheira que agride os ouvidos. Até que sou eclético).
10- Não vivo sem escrever, pois escrever é uma condição.
- Se quiserem saber mais sobre mim, me liguem no número 9.....
- Chega, Mao! Tá chato saber de você! Repasse logo o selo para os outros blogs!
Ok! Não consegui escolher 10 blogs =/
Mas estou presenteando alguns que me chamam a atençäo. Seja pela simplicidade da escrita, seja pelo humor, seja pela poesia ou pela forma bonita de colocar as palavras. Os blogs são:
Tudo que fica no Ar
PoetaMente
A Menina Escabrosa e sua Bagatela Poética
Até Onde Posso Ir?
LorOtas
Pelos Meus Óculos
Sei Lá
The Blower’s Daughter
Boa leitura e beijos para tod@s!
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
FLOR DE JANEIRO
Inútil proferir qualquer saudade!
Há tempos fez-se o pó, enquanto o vento
O pó levou consigo em um momento
Distante qual perdida antiguidade.
Embora deste tempo reste o riso
Perpetuado, a alma já cansada
Já não almeja aquilo que almejava.
Incrédulo desdenho o que sinto.
Saudade é vil, perfídia ao presente,
Sorriso ao ser lembrado é descontente
Ao tomar o lugar que deveria
Pertencer a um sorriso mais recente.
Mas nada há de negar, inutilmente,
Que esta saudade já foi alegria.
Há tempos fez-se o pó, enquanto o vento
O pó levou consigo em um momento
Distante qual perdida antiguidade.
Embora deste tempo reste o riso
Perpetuado, a alma já cansada
Já não almeja aquilo que almejava.
Incrédulo desdenho o que sinto.
Saudade é vil, perfídia ao presente,
Sorriso ao ser lembrado é descontente
Ao tomar o lugar que deveria
Pertencer a um sorriso mais recente.
Mas nada há de negar, inutilmente,
Que esta saudade já foi alegria.
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
CANÇÃO DE AMOR QUALQUER
Canção de amor qualquer não há de retratar
Tanto pulsar febril que o peito ousa ferver.
Se é música que chora, o peito vem dizer
Que o pranto qu'ele escorre exprime mais penar.
Visando esta dura febre, a canção
Que chora é sorriso ao se comparar
Co'as lágrimas que o peito veio derramar.
A música a soar se cala em compaixão.
Canção de amor qualquer, lamúria musical,
Não há de ser jamais retrato pelo qual
Se espelha aquele peito embebido em dor.
Qualquer canção que chore em notas todo mal
Não há de expressar o horror sem dor igual
De um triste coração que em tempo algum amou.
Tanto pulsar febril que o peito ousa ferver.
Se é música que chora, o peito vem dizer
Que o pranto qu'ele escorre exprime mais penar.
Visando esta dura febre, a canção
Que chora é sorriso ao se comparar
Co'as lágrimas que o peito veio derramar.
A música a soar se cala em compaixão.
Canção de amor qualquer, lamúria musical,
Não há de ser jamais retrato pelo qual
Se espelha aquele peito embebido em dor.
Qualquer canção que chore em notas todo mal
Não há de expressar o horror sem dor igual
De um triste coração que em tempo algum amou.
domingo, 2 de janeiro de 2011
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