Respeite a arte! Ao reproduzir em outros lugares a obra de algum artista, cite o autor. Todas as poesias aqui presentes foram escritas por Mao Punk.

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Textos que expõem a fragilidade e indecência humanas de forma irônica, metafórica e sem embelezamentos.

quinta-feira, 10 de março de 2011

POESIA DO COLAPSO

O mundo é pequeno e por isso está acabando.
E não falo, veja bem, em espaço.
Falo do tamanho de sua significância.
O mundo é pequeno!
Não adianta me falar do verde,
Pois o que é o verde se não produto?
É produto, sim! Todos o consomem!
Assim como os animais e todo o resto.
E de tanto consumirmos há de se findar.
Há de se findar esse pequeno mundo!

O mundo é pequeno! Ervilha,
Naftalina mijada, cocô de rato!
E por isso está acabando. Amém!
É humano este mundo, é pequeno.
É pequeno este humano, é imundo.
É o mundo pequeno, é humano.
É a língua da cobra, é veneno.
É veneno do humano, é o mundo!
É pequeno o veneno que mata,
Do tamanho de algumas cabeças.

O mundo é bem pequeno. Acaba.
Dê graças aos deuses e aos homens,
Dê graças às putas e aos filhos,
Dê graças aos santos fingidos,
Dê graças às leis e à ordem,
Dê graças à boa vontade
E à má vontade. Um brinde!
Dê graças ao mundo que acaba
E aos versos que exaltam o momento!
Acabe, mundo pequeno!

Enquanto o mundo acaba
Permito-me repousar, mas veja:
Não pense em me culpar!
Não há o que fazer para reverter
A não ser criar, criar e criar.
Portanto, se o mundo se finda,
O que ofereço é quase solução.
Meu repouso é a poesia:
Fim de qualquer agonia,
Início da criação!

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