Respeite a arte! Ao reproduzir em outros lugares a obra de algum artista, cite o autor. Todas as poesias aqui presentes foram escritas por Mao Punk.

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Textos que expõem a fragilidade e indecência humanas de forma irônica, metafórica e sem embelezamentos.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

SONETO DE INTEMPÉRIE

Quando alguém me vir chorando, desolado,
Há de ser não mais que o próprio desespero,
Nada mais que aquele desconsolo extremo
Que há tempos fez-se em mim enraizado.

Quando alguém me vir chorando, arruinado,
Há de ser não mais que o peito corroendo,
Nada mais que a dor que há muito vem doendo
E que se fizera em meu tristonho fado.

Tão somente o pranto de um amargurado
Que não conseguiu jamais ser consolado,
Entregue à intempérie do que está vivendo.

Quando alguém me vir chorando, descuidado,
Que não haja espanto! Pois é meu legado
Deixar pelo ar meu rastro de tormento.


Um comentário:

  1. Depois de muito tempo sem espiar, aqui estou outra vez mais para seus versos admirar.

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