Respeite a arte! Ao reproduzir em outros lugares a obra de algum artista, cite o autor. Todas as poesias aqui presentes foram escritas por Mao Punk.

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quarta-feira, 8 de agosto de 2012

SONETO PARA O TEMPO EM QUE ABRAÇAVA MINHA AMADA

Ao lembrar a amada que eu nunca tivera,
Sinto comprimir o peito em desventura,
Pois não pode a boca relembrar doçura,
Nem tampouco o corpo, a lamentar quimera.

Faço testemunho triste do que passo:
Tendo a boca seca, sempre isenta ao beijo,
Nunca desfrutado o corpo que desejo,
Reclama minh'alma o toque de um abraço.

Antes o tivera! Chama-se saudade
Esta vil lamúria sem dó nem piedade!
Como libertar-me deste contratempo?

Meu pesar jamais será remediado:
Não se desapega de um tempo passado,
Pois todo o passado está preso no tempo.

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