Respeite a arte! Ao reproduzir em outros lugares a obra de algum artista, cite o autor. Todas as poesias aqui presentes foram escritas por Mao Punk.

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Textos que expõem a fragilidade e indecência humanas de forma irônica, metafórica e sem embelezamentos.

segunda-feira, 22 de março de 2010

PASSA O PANO

Nosso sorriso de sangue
Dado aos ventos, à rubra brisa,
Finge enaltecer a nossa vista,
Nossa visão carmim de falso engano.
Pega o pano, enxuga o pranto,
Torce um tanto, sai a tinta
Qual vermelho sangue, tilinta
Gotejando agudas gotas,
Escorrendo qualquer coisa
Que ninguém quer notar.
Dê seu sorriso de sangue,
Mira o rubro olhar nos olhos,
Encontra noutro olhar a alma
E teu sorriso perderá a calma,
Talvez não a coloração.
O vermelho aumenta a pulsação
E o pano já não enxuga o pranto,
O sorriso cerra-se no instante.
Encontrou, por fim, um branco olhar,
Um semblante sério, confiante,
Cansado de lacrimejar sangue,
Cansado do sorriso tolo,
Cansado de limpar c’o pano
A própria falta de bom senso.
O que fará c’o pano em suas mãos?
Qual é a cor do próximo sorriso?
Nos olhos qual será a intenção?
O que fará c’o rubro em seu caminho?
O que será de nós, tolos humanos?

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