Respeite a arte! Ao reproduzir em outros lugares a obra de algum artista, cite o autor. Todas as poesias aqui presentes foram escritas por Mao Punk.

Visite também meu blog de textos: RESQUÍCIOS DEPRESSIVOS, SUJOS E NOJENTOS .
Textos que expõem a fragilidade e indecência humanas de forma irônica, metafórica e sem embelezamentos.

domingo, 29 de setembro de 2024

SOLAR

Não se atreva
A viver minha treva!
Minha sombra fere,
Tua luz eleva!

segunda-feira, 23 de setembro de 2024

DISTIMIA

Dentre as fendas só me escapam!
Fogem! Nunca vi igual!
As moléculas se safam!
E a glândula pineal

Aparenta ter cansaço
Remetendo-me a outro plano.
Acuda-me deste embaraço,
Por favor, triptofano!

Que meu corpo se aproveite
Ao notar tal triste sina
Do quanto lhe for deleite
Da tal piridoxina.

Seja tanto quanto pode!
Mas se a força me for vã,
Para o quanto for preciso,
Vinde, escitalopram!

quinta-feira, 12 de setembro de 2024

ANTES PENSAVA NELA

Antes,

Com a mente aflita,

Pensava nela

Demais! 

Agora,

Com mais clareza,

Penso nela 

Ainda mais!

terça-feira, 10 de setembro de 2024

GÉRBERAS

Se as gérberas contassem segredos

Falariam dos meus olhos,

Dos suspiros escutados,

Do toque do rosto ao sentir o perfume,

Contariam, envergonhadas,

Que o perfume em minha roupa

Que o abraço me deixou

Era bem mais perfumado

Que qualquer jardim de flores

Que pudessem conhecer. 

Contariam meu apreço

Pelos gestos de carinho,

Falariam que me viram

Inda em choque e admirado,

Que por mim foram tocadas,

Que sentiram meu carinho

E meu medo enraizados.

Assumiriam que são cúmplices

Do silêncio, da ausência, do receio,

De tudo que se quebrou,

De tudo que se formou,

Do afeto, das incertezas,

Das soluçōes fáceis e tristes,

Da cura distante do tempo,

Do elo, do sempre e do adeus.

As gérberas não contam segredos.

Mantenho o silêncio como quem é jardim regado.


segunda-feira, 9 de setembro de 2024

PERFUME NO CHÃO

Perfume no chão

Em pedaços.

Hoje me sinto assim.


Teu beijo, a paixão,

Teu toque,

Teu cheiro nos cacos de mim.

sábado, 7 de setembro de 2024

SONETO DA EUFORIA

Durante alguns segundos o sorriso,
E dentro do sorriso um sentimento
Que nunca imaginara em um momento
Tão curto ser tão vivo e tão preciso!

Durante alguns segundos o afeto,
E dentro do afeto acolhimento
Que trouxe segurança ao sentimento
Outrora tão errante e tão incerto.

Durante alguns segundos euforia,
Um êxtase no peito, uma alegria,
Uma explosão, um bem querer profundo!

Era a paixão surgindo em companhia,
Em forma de ilusão, de uma utopia
Que se findou durante alguns segundos.

segunda-feira, 2 de setembro de 2024

POESIA PÓSTUMA XIII

Houvesse corpo a cada queda,
Seria o mundo a cova aberta
De cada ser que um dia fui.

Se ao fenecer sombras houvesse,
A cada passo que se desse
À escuridão que constitui

A trajetória destas mortes,
Seria a sombra a eterna sorte
De quem jamais viveu demais.

De morte em morte que vigora
Não há certezas no agora,
Não há clarão que sele a paz.

domingo, 1 de setembro de 2024

TRAJETO

Até onde for
O que for
É bem-vindo.

Ao que tudo é cor,
O que é dor
Será findo.