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segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

POESIA PÓSTUMA X

Outra vez a terra me consome, 
Outra vez o mundo sob o corpo.
Um funeral tranquilo,
Sem lágrimas.
Apenas um pesar que há muito já existia,
Mas que o conformismo amenizara.
Outra vez o vão da cova.
Outra vez o fim do nada,
Outra vez a antiga noção
Da insignificância do alento.
Não há mais nada sob a terra,
Nem nunca houve acima dela.
Tudo um dia ruirá, de forma ou outra.
Todos os vivos, preocupados,
Desconhecem sua ignorância:
Cada preocupação, cada angústia,
Cada afeto, cada ódio, cada coisa,
Tudo existe apenas por si mesmo,
Apenas por segundos,
Apenas por enquanto,
Nada vale tão a pena
Que mereça ser enterrado
Ao fim da vida.

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