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quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

O PRIMEIRO PEDAÇO DO BOLO

Estou farto das poesias de hoje,
Das mensagens bonitinhas,
Desses versos de autoajuda.
Minha poesia é mais o caldo
Que sai do cu.
É a mistura visceral do que engoli,
Do que me fizeram engolir,
Do que me fiz engolir sem notar.
Eu não tenho mensagens positivas.
Talvez jamais as tenha escrito
Nesta inteira meia-vida
Ou nesta meia vida-inteira.
Meus versos agradam meia dúzia,
São ignorados por meio mundo,
Indiferentes ou meio à toa.
Eu escrevo para todos,
Mas não escrevo por ninguém.
Eu não atinjo quem precisa,
Se é que alguém precisa.
Somente eu preciso. E eu falho.
Eu falho, como sempre falhei.
E meus versos não corrigem nada!
Meus versos são testemunhas dos erros,
Das derrotas, das humilhações.
Meus versos me fazem mais torto.
Meus versos são todos tortos!
Estou fatigado desses versos moderninhos,
"Tudinho dará certinho",
Meu cuzinho, amigo! Meu cuzinho!
A poesia que respiro é real,
É verdadeira, dói, rasga,
É crua. A vida é crua
E só assa no fogo deste inferno.

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