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terça-feira, 11 de setembro de 2012

SONETO DO AUTOPREITO

Hoje sou minha musa, presto a mim meu preito,
Trago aqui no peito versos carinhosos,
Deixo em minhas mãos meus préstimos formosos
E os mais vistosos que já foram feitos.

Hoje eu canto a vida mais do que os lamentos
E por fim adentro os tempos gloriosos.
Dos velhos sentidos antes tortuosos
Nem os tenebrosos prantos do tormento!

Fatos que trouxeram meu aviltamento
E deixaram à alma o descontentamento
De mil pensamentos tanto enganosos

Deixo enfim ao tempo. Ora meu preceito
Consta em permitir que todo sentimento
Seja poesia a agraciar meus olhos.

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