Respeite a arte! Ao reproduzir em outros lugares a obra de algum artista, cite o autor. Todas as poesias aqui presentes foram escritas por Mao Punk.

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Textos que expõem a fragilidade e indecência humanas de forma irônica, metafórica e sem embelezamentos.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

A ROSA ENTRE A FUMAÇA

O que fazia a Rosa, solitária?
Eu me pergunto, céus! O que fazia?!
Que infeliz ventura ali jazia
Para brotar na estrada temerária?

Talvez brotara a Rosa, arbitrária,
Sem intentar velar o que morria.
Talvez anunciasse o que nascia!
Talvez calasse toda a sorte vária.

Por que brilhara ali de forma áurea?
Como explicar a Rosa não sumária
Feito a inefável condição que havia?

A Rosa ao cinza era tão contrária
E às condições da vida adversária
Que veio só florir a poesia!

terça-feira, 18 de setembro de 2012

A POLÍTICA

Minha política é a poesia.
Não há partido a não ser a quebra das estrofes.
Não há reinado a não ser o das sensações.
Minha política está embasada em valores pouco habituais.
Está embasada em flores, em céus,
No café que porventura eu possa tomar,
Em uma cena cotidiana que se destaca,
Até mesmo no desvario de minha mente.

Minha política é somente a poesia.
A bandeira que carrego não tem forma,
Tem todas as cores, tem ousadia e sentimento.
Não precisa que a promovam.
Ela se propaga a cada olhar espantado,
Admirado ou até mesmo infonformado.
Não precisa conquistar confiança.
Ela já é a maior confidente.
Ela está em tudo, mas não é ditadora.
Ela é revolucionária, indomável, amorosa.

Minha política é tão somente a poesia.
Não há ídolos, mártires, profetas.
Há verso. E o verso é universal.
O verso é igualitário, contestador,
O verso é batalha e solidariedade.
Minha política é a poesia
E minha poesia é anarquista.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

SONETO DO AUTOPREITO

Hoje sou minha musa, presto a mim meu preito,
Trago aqui no peito versos carinhosos,
Deixo em minhas mãos meus préstimos formosos
E os mais vistosos que já foram feitos.

Hoje eu canto a vida mais do que os lamentos
E por fim adentro os tempos gloriosos.
Dos velhos sentidos antes tortuosos
Nem os tenebrosos prantos do tormento!

Fatos que trouxeram meu aviltamento
E deixaram à alma o descontentamento
De mil pensamentos tanto enganosos

Deixo enfim ao tempo. Ora meu preceito
Consta em permitir que todo sentimento
Seja poesia a agraciar meus olhos.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

E ENQUANTO A ALMA ESTÁ VENDADA...

- Olha aí! Tem um verso chegando!
- Diga-me onde! Não estou enxergando!
- Veja! Agora já tem outro vindo!
- Mostra-me onde que estou pedindo!

- Vieram aos montes naquela quadra!
- Ora, deixa de ideia furada!
- Não viste nada? Que teimosia!
  Agora os versos são poesia!