Respeite a arte! Ao reproduzir em outros lugares a obra de algum artista, cite o autor. Todas as poesias aqui presentes foram escritas por Mao Punk.

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Textos que expõem a fragilidade e indecência humanas de forma irônica, metafórica e sem embelezamentos.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

SONETO DE HOMICÍDIO

Quando nasce um novo dia, logo vejo
Que será um novo dia de minha morte.
Como posso eu ter esta triste sorte
De morrer mil vezes do mesmo desejo?

Cada morte vinda é dor que mais me dói,
Cada dor sentida é morte que mais peno!
Só pod’ria doer, sem nunca ser ameno,
Este sentimento que tanto corrói!

Oh, paixão! Inútil, tola, homicida!
Mata sem saber dar fim à minha vida,
Gaba-se ao mostrar ferida que me fez!

Adorar assim sem ser correspondido
É morrer mil vezes, tanto mais sofrido!
Clamo então ao peito: mata-me de vez!

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