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sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

QUANDO DESÁGUO

Mundo bobo, risonho, à toa.
Olha lá fora a garoa!
Daqui a pouco é tempestade
E nem dá conta de metade
Da água que te cai do céu.
Eu, aqui no meu papel,
Confesso não ver graça
Dessa chuva que não passa.
Fico assim, na espreita,
Esperando o dia da colheita,
Vendo tudo ir por água abaixo!
Não tão abaixo de onde me acho.
Se é que me acho. O que digo?!
Sou homem tão perdido
Que nem correnteza me encontra
Para me levar à outra ponta
Desse oceano de amarguras
Que não sei onde se situa!
E que quando deságua, me molho...
Sinto a água sair de meus olhos.

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