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sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

POESIA PÓSTUMA XI

A sensação do nada me atormenta, 
Atinge-me o vazio do que me resta.
É certamente o fato que me atesta
Não pertencer aos vivos do planeta.

Como se eu degustasse a morte lenta,
Aos poucos dilacero a carne viva
Até não sobrar carne, nem saliva,
Restando ao léu a carcaça cinzenta.

Sou eu esta carcaça escanteada,
A pedra, o chão, o piso, o pus, o nada,
A própria irrelevância em sua essência,

Um morto a se sentir como piada,
Risível pelo rumo de sua estrada,
Apodrecendo da própria existência.

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