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segunda-feira, 15 de julho de 2019

POESIA PÓSTUMA VII

Corpo frio. O ar já não me influi.
Já não sinto pulso, nada sangra.
Rigor mortis. Não há mais demanda.
Condição final que a mim inclui.

Eis que a cadavérica frieza,
Qual maior certeza que houvesse,
Toma o coração e o enrijece,
Livrando o defunto da tristeza.

Desta inevitável experiência
Sinto que esta morte foi clemência.
Continuo aqui, porém mais vivo.

Que contradição revela a cena!
Quando morre um coração que pena,
Surge um novo ser mais redivivo.

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