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Textos que expõem a fragilidade e indecência humanas de forma irônica, metafórica e sem embelezamentos.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

SONETO DA NOITE CLARA*

Eu olhara acima. Onde o firmamento?
Lá achara a Lua sem o céu. Pensara:
“Como pode a Lua, em sua beleza rara,
Surgir sem o céu? Tamanho atrevimento!”

Começara a busca no mesmo momento:
Por detrás de estrelas nada encontrara,
Dentre uma nuvem que se dispersara
Nada encontrara que não fosse vento.

Mas havia em mim algum pressentimento:
Tal anoitecer jamais seria isento
De um céu presente. Logo eu o achara!

Eu seguira um brilho e neste movimento
Descobrira o céu, fugira o desalento:
Encontrara os olhos teus, a noite clara!



* 1º Lugar no Prêmio Emílio Lansac Toha,
XXI Concurso de Poesia e Prosa da Academia de Letras de São João da Boa Vista - Categoria: Poesia/Adulto

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