Respeite a arte! Ao reproduzir em outros lugares a obra de algum artista, cite o autor. Todas as poesias aqui presentes foram escritas por Mao Punk.

Visite também meu blog de textos: RESQUÍCIOS DEPRESSIVOS, SUJOS E NOJENTOS .
Textos que expõem a fragilidade e indecência humanas de forma irônica, metafórica e sem embelezamentos.

terça-feira, 10 de abril de 2012

SONETO DE DESCRENÇA

De que vale, céus!, alguém respirar flores,
Exalar na pele o cheiro de um romance?
De que vale em vida alguém ter ao alcance
Cada estrela altiva e o brilho de suas cores?

De que vale o verso averso a certas dores,
O poema escrito, o verbo e o instante?
De que vale a pena vinda dos amantes?
De que vale tanto suspirar e ardores?

Eu vos digo – o peito feito em dissabores –
Que de nada vale expressar amores
Quando gesto algum parece relevante.

Tudo fere, enjoa, tudo traz rancores,
Este mundo inteiro é feito de horrores,
Nenhum sentimento vivo é importante.

Um comentário: