Respeite a arte! Ao reproduzir em outros lugares a obra de algum artista, cite o autor. Todas as poesias aqui presentes foram escritas por Mao Punk.

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Textos que expõem a fragilidade e indecência humanas de forma irônica, metafórica e sem embelezamentos.

sábado, 19 de novembro de 2011

PRAZER

De tempo em tempo
Necessito
Verso.
De verso em verso,
Nisso excito
A tempo.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

SONETO MESQUINHO

Vejo que este meu anseio é pouco ou muito
Quando muito me toca este pouco anseio,
Feito pouco caso que se faz em meio
De quem muito busca inspiração no mundo.

Quanto mais teus olhos, pouco a pouco, miram
Muito mais meus olhos buscam o teu brilho.
Mais teu brilho atrai, pouco renuncio
De entregar-me mais aos olhos que fascinam.

Mas é muito pouco o que de ti preciso.
Pouco ou quase nada do que necessito
Poderá em ti achar algum amparo.

Pois se minha boca encontrar a tua
Perco este mistério que se perpetua
Neste teu distante olhar de afago raro.

domingo, 6 de novembro de 2011

LUTO RABISCADO

Não há para o poeta algo mais denso
Que suportar o peso do vazio.
Cem ferros houvesse - mais cem, mais mil - !
Seriam plumas entre o vão intenso

A agraciar este meu espaço vago,
A dar qualquer resquício de poesia.
Mas não há ferro algum que poderia
Pesar tão mais que este vazio que trago.

Pois perco tudo, o tempo, até a vida,
A lamentar o vão que me castiga,
A arriscar versar. Aqui confesso

Que aos poucos, dia a dia, inevitável,
Encontro-me em estado lastimável,
Enterro a poesia com meus versos.