Por sermos mundanos
Nos damos em danos.
Andamos...
Em enganos nos damos
as mãos.
Dançamos!
Por Mao Punk: Decidi divulgar poesias minhas por email para alguns amigos. Uma amiga, LOah, criou esse blog com tais poesias e me permitiu editá-lo. VALEU,LOAH! Você me ajudou a expandir a expressão! Eis poesias que escrevi entre 2006 aos dias de hoje. Estão fora de cronologia,mas a expressão é livre para isso! Mais uma vez, valeu, LOah! E obrigado a todxs que leem o blog! Sem vocês a expressão ficaria limitada! PAZ E ANARQUIA!
Respeite a arte! Ao reproduzir em outros lugares a obra de algum artista, cite o autor. Todas as poesias aqui presentes foram escritas por Mao Punk.
Visite também meu blog de textos: RESQUÍCIOS DEPRESSIVOS, SUJOS E NOJENTOS .
Textos que expõem a fragilidade e indecência humanas de forma irônica, metafórica e sem embelezamentos.
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
O TANTO
Qualquer métrica que se aplica,
Toda rima que se desenvolva,
Cada verso que por fim resolva
Adornar a arte, seja dita
A verdade que não cabe em verso:
Tudo isso vem a ser pretexto
Para ocultar o meu tamanho apreço,
Para proteger o que não lhe confesso.
Esta poesia tão incompreendida,
Minha expressão ainda escondida,
Faz doer o peito, faz rolar o pranto.
Nenhum verso é palavra dita.
A expressão, que triste, se limita
A dizer "te adoro tanto!". Tanto...
Toda rima que se desenvolva,
Cada verso que por fim resolva
Adornar a arte, seja dita
A verdade que não cabe em verso:
Tudo isso vem a ser pretexto
Para ocultar o meu tamanho apreço,
Para proteger o que não lhe confesso.
Esta poesia tão incompreendida,
Minha expressão ainda escondida,
Faz doer o peito, faz rolar o pranto.
Nenhum verso é palavra dita.
A expressão, que triste, se limita
A dizer "te adoro tanto!". Tanto...
terça-feira, 4 de outubro de 2011
O PÃO MOFADO, A LONA VELHA, O GRITO E O DEPOIS
O gosto acre não é de hoje,
Este azedume servil, tristemente, vergonhosamente servil,
Não se fez do último sapo engolido.
Este azedo na boca não é dos beijos vencidos de outrora.
Não só! É algo do gosto daquela velha refeição
Naquela mesma sala de jantar antiga.
Talvez o acúmulo do sabor imposto de pimenta,
Talvez um pigarro, um soluço, um grito.
Toda sorte de nossa democracia que acidifica o paladar.
Este sabor, este quê indigesto, é hereditário.
Mas dizem – assim ouvi dizer – que com o tempo
A herança é deixada aos filhos sociais,
Melhor diria aos órfãos sociais,
E o gosto intragável some dos pais,
Some das mães, dos tios, dos solteiros...
A vida começa depois dos quarenta.
Seria por isso? Não é vida.
É a aceitação da morte, morte acre,
Morte azeda, morte servil, vergonhosamente servil.
Aos filhos e filhas, morte!
À doce saliva, morte!
À mesa o mesmo jantar, na mesma sala antiga.
Já não tem gosto para muitos.
O gosto que sinto é azedo,
Para além de quarenta mil anos.
Este azedume servil, tristemente, vergonhosamente servil,
Não se fez do último sapo engolido.
Este azedo na boca não é dos beijos vencidos de outrora.
Não só! É algo do gosto daquela velha refeição
Naquela mesma sala de jantar antiga.
Talvez o acúmulo do sabor imposto de pimenta,
Talvez um pigarro, um soluço, um grito.
Toda sorte de nossa democracia que acidifica o paladar.
Este sabor, este quê indigesto, é hereditário.
Mas dizem – assim ouvi dizer – que com o tempo
A herança é deixada aos filhos sociais,
Melhor diria aos órfãos sociais,
E o gosto intragável some dos pais,
Some das mães, dos tios, dos solteiros...
A vida começa depois dos quarenta.
Seria por isso? Não é vida.
É a aceitação da morte, morte acre,
Morte azeda, morte servil, vergonhosamente servil.
Aos filhos e filhas, morte!
À doce saliva, morte!
À mesa o mesmo jantar, na mesma sala antiga.
Já não tem gosto para muitos.
O gosto que sinto é azedo,
Para além de quarenta mil anos.
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