Respeite a arte! Ao reproduzir em outros lugares a obra de algum artista, cite o autor. Todas as poesias aqui presentes foram escritas por Mao Punk.

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Textos que expõem a fragilidade e indecência humanas de forma irônica, metafórica e sem embelezamentos.

quinta-feira, 27 de maio de 2021

ENSAIO SOBRE A FINITUDE

A vida passa sempre mais depressa
Do que a própria pressa de viver.
Não há nenhuma experiência prévia
Capaz de nos fazer reconhecer

Que sempre fomos pó a ser disperso
E já dispersos somos desde cedo.
E quando o grão menor virar só verso,
O que fazer para encarar o medo?

Não há o que fazer senão ser pó,
Passar como poeira pelos cantos
Que em tudo deixa rastros sem ter dó
E onde passear se deixa um tanto.

Não há quem varra o pó do que nós fomos,
Não há sequer porquê da varredura.
Deixemos a poeira onde andamos
Para sermos lembranças em fartura!