Eu, no tempo de ser eu, não sei quem fui.
Não sei bem se fui quem eu era ou não.
Eu sei que fui quem amei. Tanto amor!
Eu sei que fui quem me fez ser o que sou.
E o que sou nos tempos de ser eu?
Quem fui eu nos tempos em que estive ausente de mim?
Onde estive que não acho pistas, não me acho?
Em frente ao espelho não sei se me vejo,
Não sei se vejo somente o que se passou,
Não sei se também passei e fiquei para trás...
Decerto o tempo deixou-me ao passado
E da memória de muitas pessoas que já não me lembro quem são
Fui apagado. Também as apaguei.
E quem não apaguei da memória,
Quem não apaguei de dentro de mim,
De dentro desse ser sem ser ou sem saber o que se é,
Talvez esteja a me apagar. De dentro para fora.
Quem sou eu quando estou sozinho?
Quem sou eu quando as paixões me jogam à solidão de mim?
Quem sou-lidão?
E aqueles que não me esqueceram,
O que pensam que sou? O quanto sou do que pensam?
Eu, no tempo de ser eu, não sei quem fui.
Não sei quem sou. Não sei.
Não sei quem sou nos outros.
Não sei quanto deste ainda sou em mim mesmo.
Não sei se fui me deixando por onde passei
E já não se passa nada mais em mim.
E o que não passa permanece.
E o que permanece se nem sei o que restou?
E se não restou?
E se não restou, resta ser novo.
Resta ser quem não posso saber. Ainda.
Eu, no tempo de ser eu, atrevo-me.
Não sei bem se fui quem eu era ou não.
Eu sei que fui quem amei. Tanto amor!
Eu sei que fui quem me fez ser o que sou.
E o que sou nos tempos de ser eu?
Quem fui eu nos tempos em que estive ausente de mim?
Onde estive que não acho pistas, não me acho?
Em frente ao espelho não sei se me vejo,
Não sei se vejo somente o que se passou,
Não sei se também passei e fiquei para trás...
Decerto o tempo deixou-me ao passado
E da memória de muitas pessoas que já não me lembro quem são
Fui apagado. Também as apaguei.
E quem não apaguei da memória,
Quem não apaguei de dentro de mim,
De dentro desse ser sem ser ou sem saber o que se é,
Talvez esteja a me apagar. De dentro para fora.
Quem sou eu quando estou sozinho?
Quem sou eu quando as paixões me jogam à solidão de mim?
Quem sou-lidão?
E aqueles que não me esqueceram,
O que pensam que sou? O quanto sou do que pensam?
Eu, no tempo de ser eu, não sei quem fui.
Não sei quem sou. Não sei.
Não sei quem sou nos outros.
Não sei quanto deste ainda sou em mim mesmo.
Não sei se fui me deixando por onde passei
E já não se passa nada mais em mim.
E o que não passa permanece.
E o que permanece se nem sei o que restou?
E se não restou?
E se não restou, resta ser novo.
Resta ser quem não posso saber. Ainda.
Eu, no tempo de ser eu, atrevo-me.