Respeite a arte! Ao reproduzir em outros lugares a obra de algum artista, cite o autor. Todas as poesias aqui presentes foram escritas por Mao Punk.

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Textos que expõem a fragilidade e indecência humanas de forma irônica, metafórica e sem embelezamentos.

terça-feira, 28 de julho de 2015

SONETO DA FORÇA MAIOR

É infinita a força que se espera
De quem a vida fora desventura,
A quem os anos foram qual tortura
E os desejos não mais que quimera.

Quão grandioso aquele que definha
Às malogradas sucessões do acaso,
Mas que, capaz de dar um novo passo,
Consegue ultrapassar o fim da linha;

Que à amargura que nunca se aquieta
Pôde viver e tornar-se poeta
No sofrimento de sua triste sorte;

E que suporta o mal da agonia
E o desprazer de tê-la dia a dia.
Não há no mundo quem seja mais forte!

quinta-feira, 9 de julho de 2015

SONETO DO ÁPICE

Conforme o tempo passa, a mágoa fica.
A vida já é desesperançosa.
A amargura, a mim tão carinhosa,
Ao me beijar a alma me suplica

Que não a deixe nunca nesta vida.
E eu, fiel, jamais me esquivo dela.
Assim, todo penar em mim revela:
A amargura em mim é bem sentida!

E somos muito mais do que um beijo
Dos lábios das mulheres que desejo,
Pois nossa relação nunca termina.

Sou eu entregue a ela como amante!
Não há quem nos separe um só instante,
Pois temos um ao outro como sina.